Texto: Comunicação do Sindisaúde-RN
Acontecerá no dia 11 de março um ato pelo Dia Internacional da Mulher. O dia 8 de março, símbolo da luta contra o machismo, será lembrado com uma passeata promovida pelo Movimento Mulheres em Luta (MML), Sintest, Sindsaúde, SindGuardas, SindBancários, CSP-Conlutas, Oposição CSP-Conlutas ao Sinte-RN, Assembleia Nacional dos Estudantes - Livre (ANEL), Coletivo Construção, PSOL e PSTU, com concentração às 15h na Praça André de Albuquerque (Praça Vermelha).
O fim da violência contra a mulher atualmente é a principal bandeira do MML. O machismo mata 15 mulheres todos os dias no Brasil. Uma em cada cinco brasileiras já sofreu violência doméstica e em mais de 80% dos casos, os agressores foram seus parceiros.
A violência machista é ainda maior contra mulheres negras. A cada 2 minutos, 5 mulheres são espancadas no Brasil, sendo 60% delas negras.
No dia 17 de fevereiro, essa violência atingiu a professora Sandra Fernandes que foi brutalmente assassinada com nove facadas pelo namorado, Marco Aurélio da Silva, no Recife (PE). Ela era dirigente de seu sindicato, filiado à CSP-Conlutas, e era uma incansável defensora da luta das mulheres, através do MML e do PSTU.
Em nota, o MML lamentou o ocorrido e registrou que o movimento precisa se fortalecer ainda mais, para provar que a luta de Sandra nunca foi e nem será em vão: “Precisamos transformar a tristeza em raiva contra o machismo para seguir a luta que Sandra tanto construiu, contra o machismo, a exploração e por uma sociedade socialista”.
No Rio Grande do Norte, a violência tem crescido. Em 2013 (até setembro), o estado registrou 38 casos de homicídios resultado de violência contra a mulher – superando 2012 (27) e 2011 (12). O estado conta com apenas uma casa-abrigo e não possui sequer juizado especial e defensoria pública.
Natal já é a 11ª cidade mais violenta do país e a violência contra a mulher contribui para esse índice. Mas a Prefeitura ainda pretende extinguir a Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres (Semul), sob o argumento de que se trata de uma secretaria “praticamente inoperante”.
“Sabemos que essa secretaria não irá resolver todos os nossos problemas, mas com o seu fechamento, a prefeitura deixará de receber recursos que poderiam ser usados para melhorar a situação da mulher natalense”, afirma Célia Dantas, do Sindsaúde e do MML. O fechamento iria interromper convênio com o governo federal para o repasse de R$ 926 mil.
Bilhões para a Copa do Mundo, migalhas para as mulheres
O governo federal investiu mais de R$ 30 bilhões na Copa do Mundo. Enquanto isso, os investimentos nos programas de combate à violência contra a mulher não ultrapassam R$ 25 milhões, o que significa 26 centavos por mulher brasileira. “A violência aumentou mesmo com a Lei Maria da Penha. Isso porque o investimento em casas-abrigo e em políticas de prevenção segue baixo. O governo Dilma precisa investir mais e ampliar a lei”, afirma Jamille Gibson, do Sindsaúde.
O MML também chama a atenção para a exploração sexual durante a Copa, cujas cidades mais críticas são Natal e Rio de Janeiro.
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