segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Educação

Abandono das escolas marca início das aulas na rede estadual

No dia 14 de fevereiro, começaram as aulas na rede estadual de ensino. A situação é caótica. Na primeira semana ninguém acreditava que fosse possível começar de fato. Faltava tudo: verba para comprar material (muitas escolas pediram materiais aos alunos através de listas); transporte para levar os alunos e carteiras escolares (caso da Escola Celso Cicco). É lamentável que a escola aceite funcionar com revezamento de turmas por falta de carteiras.

Também há carecem de reforma na estrutura dos prédios. Até mesmo quadros e lâmpadas estão faltando. Além disso, faltam professores, já que o governo promete, mas não realiza concurso público. A solução é recorrer aos contratos, que trabalham sem saber quando vão receber seus salários. Os que trabalharam no ano passado ainda não receberam nenhum tostão. Já os efetivos estão sem receber vários direitos, como o terço de férias.

Conivência da maioria dos diretores
Os problemas citados são os mais evidentes e pioram a cada ano. Os trabalhadores não podem ficar em silêncio diante da postura da maioria dos diretores das escolas estaduais. Estes companheiros e companheiras, eleitos pelo voto direto e democrático da comunidade escolar e dos pais, muitas vezes agem como os antigos cargos de confiança, que indicados pelo governo não podiam contestá-lo nem contrariá-lo.


Esta maioria de diretores, que conhece toda a situação de abandono das escolas, aceita que a recém-chegada Secretária de Educação, Betânia Leite, diga aos trabalhadores: "as aulas devem começar de qualquer jeito". No esforço para cumprir a ordem, estes diretores perdem o sono, improvisam, compram fiado, fazem todo sacrifício para que as aulas comecem, mesmo que de forma muito precária.

É preciso garantir uma ação unificada entre alunos, pais, professores e funcionários para lutar contra esta realidade. Aos diretores, cabe a organização de todas as escolas junto com a comunidade escolar para não aceitar a imposição da Secretária. Afinal, estes gestores sabem que a escola pública está ameaçada e, neste caso, o futuro do emprego de todos os trabalhadores da educação.

Entretanto, o que se vê são os diretores darem um "jeitinho" para que a situação pareça estar bem. Pior: alguns fazem questão de repassar ao pé da letra as ordens e as ameaças da Secretaria de Educação para os trabalhadores. É exigência disso, exigência daquilo, pedido de falta e proibição de uma série de coisas. Tudo para melhorar a escola. Na realidade, seria interessante defendê-la, exigindo condições de trabalho e o cumprimento do compromisso do governo.

Se for preciso um espaço para fazer esta discussão, a Regional do SINTE de Ceará-Mirim está disposta a fazê-la. Mas devemos garantir que a conquista das eleições diretas seja de fato utilizada em benefício dos trabalhadores e dos usuários da escola pública.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Direitos

Dilma prepara ataques contra a Previdência

A EXPECTATIVA DOS trabalhadores no governo Dilma é grande. No entanto, caso as iniciativas já divulgadas na imprensa se tornem realidade, podem ocorrer grandes ataques aos direitos trabalhistas.

Dilma propôs reduzir os gastos das empresas com a Previdência, de 20% para 14% da folha de pagamento. O argumento clássico para atacar as aposentadorias é que falta dinheiro na Previdência. Caso consigam reduzir a contribuição das empresas, amanhã vão querer aumentar ainda mais a idade mínima necessária para se aposentar.

O governo anunciou um corte de R$ 50 bilhões no orçamento do país, inclusive de verbas da educação, saúde e moradia. E anuncia também a suspensão de concursos e o congelamento dos salários dos servidores públicos.

Ao mesmo tempo, o governo Dilma mantém o pagamento dos juros da dívida pública e acaba de aumentar a taxa de juros. Assim, continua alimentando a ganância de banqueiros nacionais e internacionais.

Os trabalhadores já devem preparar as mobilizações para derrotar estes ataques e defender os salários e os direitos. A Central Sindical e Popular - Conlutas fez um chamado a outras entidades e movimentos para lutarmos em defesa de nossa classe.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Traidores

Mais uma vez o PT: quem te viu quem te vê

A foto ao lado é de maio de 2000, durante a votação do salário mínimo no Congresso Nacional. Naquela oportunidade, o aumento dado por Fernando Henrique Cardoso foi de 19,2%. Os petistas acharam pouco e tinham razão. Fizeram troça.

Hoje, desgraçadamente, Dilma está oferecendo 6,9% e eles acham que foi muito. Fazem troça com a nossa cara!

Fonte: Blog Língua Ferina

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Denúncia

Após descontar salários de professores grevistas, prefeito Peixoto evita negociar com sindicato

A Prefeitura de Ceará-Mirim/RN acha mesmo que pode fazer o que quiser no município. Após descontar os salários dos professores que fizeram greve no ano passado, o prefeito Antônio Peixoto (PR) está evitando negociar com o Sinte/RN de Ceará-Mirim. As solicitações de audiência do sindicato com a Prefeitura não têm sido tratadas com a devida importância e urgência que merecem. Desde a última quinta-feira, o Sinte tenta marcar uma reunião com o prefeito Antônio Peixoto para discutir a medida de punição feita através do desconto de salário. As respostas dos secretários que recebem as solicitações são sempre as mesmas: vão marcar a audiência e depois informar ao sindicato. O problema é que isso não acontece. Ao que parece, a Prefeitura está querendo "empurrar com a barriga" a responsabilidade sobre mais esse ataque aos trabalhadores.

Como se já não bastasse, a Secretária de Educação, Ângela Aquino, tentando justificar o desconto de salário, chegou a afirmar: "Quem não trabalha, não recebe salário.", disse ela diante dos diretores do sindicato. Na ocasião, a direção do Sinte cobrou a existência de algum documento que amparasse legalmente a punição do prefeito. Mas a Secretária disse que não havia nenhum documento.

A Regional do Sinte/RN de Ceará-Mirim repudia o autoritarismo do Prefeito Antônio Peixoto que, mesmo sem ter justificativa legal ou administrativa, decidiu punir com descontos os trabalhadores que fizeram greve em defesa da educação pública. Repudiamos, também, o desrespeito com a categoria por parte da Secretária Ângela Aquino. "Nós, trabalhadores em educação, trabalhamos e muito nesse município, inclusive em péssimas condições. E fizemos, sim, a reposição de aulas. A direção do sindicato avisa à Prefeitura que não irá aceitar o desconto de salário dos professores e que nossa campanha de denúncia contra os ataques do prefeito Peixoto está apenas começando", garante Ana Célia, diretora do Sinte/RN.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Nacional

Deputados aprovam o salário mínimo de Dilma, sem aumento real

“Não podemos esquecer que todo trabalhador hoje tem o seu celular, a sua TV de plasma”, diz deputado governista

Como era esperado, o governo Dilma aprovou com larga vantagem a proposta de R$ 545 para o salário mínimo na Câmara dos Deputados. O governo realizou uma violenta ofensiva para garantir uma maioria esmagadora ao seu projeto, que incluiu ameaças à base aliada e uma propaganda terrorista na mídia.

Com o projeto do governo, os cerca de 47 milhões de trabalhadores e aposentados que sobrevivem com o mínimo não terão aumento real em 2011, enquanto a economia do país cresceu, segundo estimativas, quase 8%.

É a primeira vez desde 1997 que o salário mínimo não tem reajuste real. O valor estabelece apenas a inflação (INPC) do período, pouco mais de 6%, e está bem abaixo da inflação da cesta básica, que em São Paulo, por exemplo, alcançou 16%.

Show de hipocrisia
A votação na Câmara do novo piso nacional foi um show lamentável de cinismo e hipocrisia. De um lado, o governo defendendo o “acordo” estabelecido com as centrais sindicais traidora, como CUT e Força Sindical, e de outro, essas mesmas centrais e a oposição de direita, lideradas pelo DEM e PSDB, propondo um mínimo de míseros R$ 560 ou R$ 600.


A discussão que se arrastou durante todo esse dia 16 na Câmara mais pareceu um filme de terror. O governo fez de tudo para pintar um cenário de fim de mundo caso fosse aprovado um valor acima dos R$ 545. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, chegou a fazer, no dia anterior, um corpo-a-corpo com os parlamentares para pedir voto ao governo.

Durante a discussão sobre o salário, pouco antes da votação, um deputado do governo chegou a advertir sobre uma suposta “insegurança jurídica” que tomaria conta do país caso o governo “descumprisse” o acordo com as centrais. Um desavisado que ligasse a TV Câmara no momento da discussão poderia ter a impressão de que se estava propondo o não pagamento da dívida externa.

Na defesa do não aumento no salário mínimo, deputados do PT e da base governista pintaram um cenário de conto de fadas sobre a situação dos trabalhadores brasileiros, chegando ao deboche. “Todo trabalhador tem hoje o seu celular, a sua TV de plasma”, discursou o deputado Paulo César (PR). “O salário não é o mais importante para o trabalhador”, chegou a afirmar outro parlamentar.

Encenação
A relatoria do Projeto de Lei dos R$ 545 ficou a cargo do deputado Vicentinho (PT), ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e da CUT. Ao defender a proposta, o deputado petista foi vaiado pelos manifestantes nas galerias do plenário, que ainda cantaram: “você pagou com traição, a quem sempre lhe deu a mão”. Respondendo aos manifestantes, Vicentinho afirmou ter ao seu lado o apoio de seu sindicato.


O relator rejeitou logo de cara 12 emendas apresentadas ao projeto do governo. Entre as emendas rejeitadas por “inadequação financeira ou inconstitucionalidade” estava a proposta dos R$ 700 do PSOL que, estranhamente, aceitou fazer parte desse lamentável teatro, embora denunciasse a hipocrisia dos demais partidos.

Deputados do PSDB e DEM, que durante anos aplicaram uma política de arrocho salarial, falavam da importância da valorização do salário mínimo. O PT, o PCdoB e demais partidos da base do governo, por outro lado, defenderam uma política fiscal “responsável e equilibrada”, tal como os tucanos faziam durante o governo FHC.

As propostas não foram muito diferentes uma da outra, mas a ofensiva do governo para aprovar, com folga, o seu projeto parecia questão de vida ou morte. Uma mensagem clara e direta do Planalto chegou à Câmara: quem votasse contra o governo poderia dizer adeus a emendas e cargos. A ameaça fez o PDT, partido do ministro do Trabalho Carlos Lupi, retirar a proposta de R$ 560.

Sobraram, então, a proposta de R$ 600 do PSDB, rejeitada por 376 deputados a 103, e a do DEM, estabelecendo os R$ 560 e apoiado pela maioria das centrais, que perdeu por 361 a 120. Uma vitória com folga para o governo.

O projeto vai agora para o Senado e deve ser votado no próximo dia 24.

Mensagem aos banqueiros e grandes empresários
O esforço do governo Dilma em garantir uma vitória esmagadora na questão do salário mínimo tem o mesmo sentido do anúncio do corte recorde do Orçamento. Trata-se de, logo no início do mandato, indicar aos banqueiros e grandes empresários que eles terão absoluta prioridade nos próximos quatro anos, como tiveram nos últimos 16.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Nacional

Preços dos alimentos disparam

Jeferson Choma, do Jornal Opinião Socialista

A inflação dos alimentos voltou. Segundo o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação oficial do consumidor, o índice em 2010 fechou em 5,9% contra 4,3% em 2009. Mas o que empurrou a inflação para cima foi a alta dos alimentos, cujos preços subiram 10% no ano passado contra 3% em 2009.

Só o preço do feijão subiu 52%, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Mas os preços também dispararam em outros alimentos como é o caso das carnes. O quilo das diversas variedades aumentou, em média, 30%. Os altos preços dos alimentos influenciaram no preço das refeições consumidas fora de casa, que ficaram 11% mais caras.

A inflação dos alimentos também encareceu os produtos da cesta básica. Em São Paulo, a cesta básica aumentou quase 17% em 2010. A inflação prejudicou, principalmente, os mais pobres. Segundo os dados do INPC, as famílias com renda entre 1 e 6 salários mínimos viram subir os preços em 6,47%, ou seja, 0,56 ponto a mais do que o índice oficial.


Qual é a razão para o aumento?
Dois fatores motivaram esse aumento. O primeiro foi a valorização dos preços dos produtos primários voltados para exportação, as chamadas “commodities agrícolas”. O Brasil é um grande exportador de commodities (especialmente de cereais, grãos, carnes e açúcar), que são responsáveis por grande parte do lucro da balança comercial do país. Portanto, qualquer oscilação dos preços dos alimentos no âmbito internacional repercute diretamente na mesa do trabalhador brasileiro.

O segundo fator é a especulação financeira que cresce junto com a valorização das commodities agrícolas. O dinheiro liberado pelo governo dos EUA para salvar os bancos fez explodir a agiotagem. Banqueiros e financistas tomaram esses recursos (um total de 2,3 trilhões de dólares) para especular sobre os índices de preços baseados em commodities (o que provocou a elevação dos preços). Esses dois fatores levaram produtos como cereais, grãos, carnes e açúcar a subirem cerca de 60% na segunda metade do ano passado.

O pior de tudo é que a inflação vai crescer ainda mais em 2011. O governo já estipulou uma meta inflacionária de 6% para este ano. Ou seja, o feijão, a carne e outros alimentos devem ficar ainda mais caros, corroendo o poder de compra do salário mínimo de fome proposto por Dilma.

Comida mais cara

Alta dos alimentos coloca 44 milhões de pessoas na pobreza

Índice de preços do Banco Mundial subiu 15% entre outubro de 2010 e janeiro deste ano

Os preços internacionais dos alimentos continuaram subindo com força nos últimos meses, aumentando a pobreza e as preocupações com a economia. A informação foi dada nesta terça-feira (15) pelo Banco Mundial. O índice de preços do banco subiu 15% entre outubro do ano passado e janeiro de 2011, o que significa elevação de 30% em relação ao mesmo período de 2009. Esse aumento, que inclui alta significativa dos preços do trigo e do milho, colocou cerca de 44 milhões de pessoas em situação de pobreza desde junho.

Informações da Agência Estado

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Nacional

NÃO AO AUMENTO DOS DEPUTADOS. REAJUSTE DE 62% NO SALÁRIO MÍNIMO!

A vida é dura para os trabalhadores que vivem de seus salários. Mas não para os deputados e senadores, que decidem quanto ganham. Eles aumentaram seus salários em 62%, passando de R$ 16,5 mil para quase R$ 27 mil. Reajustaram também o salário da presidente Dilma Rousseff (PT), em 132%.

Os parlamentares não têm de pagar transporte, pois têm carro com combustível e motorista e recebem passagens aéreas pagas com dinheiro público. Muito diferente dos trabalhadores, que sofrem com ônibus e trens lotados, que aumentam de forma abusiva, como neste início de ano.

Os deputados e senadores recebem mais R$ 3 mil de “auxílio-aluguel”, por fora do salário. Já os trabalhadores moram nas periferias e têm suas casas destruídas pelas enchentes.

Agora, os mesmos parlamentares e a presidente discutem um reajuste para o salário mínimo de apenas 6% ou 7%, de apenas R$ 30 ou R$ 35. Dizem que não há dinheiro, argumento que não se ouviu quando discutiam seus próprios salários.

Pela Constituição, lei maior do país, o salário mínimo deveria cobrir as necessidades básicas de uma família: alimentação, moradia, roupas, saúde e educação. Um instituto, o DIEESE, calcula todos os meses esse valor, que hoje está em torno de R$ 2.200, quatro vezes maior do que estão propondo.

Os deputados dirão que é impossível fazer isso, porque as empresas não agüentariam. Não é verdade. Só no primeiro governo Lula, as empresas cresceram seus lucros quatro vezes. Por que o salário mínimo não pode então aumentar quatro vezes?

Defendemos que o reajuste dos parlamentares seja revogado imediatamente e que o salário mínimo aumente em pelo menos 62%, o mesmo aumento que os deputados aprovaram para si mesmos.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Humor

Assalariados cantam pra Dilma!

Charges.com faz a crítica perfeita ao "aumento do salário mínimo" e o descaso com a previdência. É só clicar na imagem abaixo e assistir.

Natal/RN

Estudantes voltam a protestar contra aumento nas passagens de ônibus

O movimento contra o aumento das passagens de ônibus em Natal realizou na manhã desta quarta-feira (9) mais um grande ato. Os estudantes se concentraram por volta das 9 horas na Praça Cívica e seguiram em passeata até a ASSEN, onde os professores da rede municipal de ensino realizavam uma assembleia. Após a assembleia, os professores também se somaram ao protesto dos estudantes.

Além dos professores, a manifestação contra o aumento na tarifa de ônibus ainda contou com a participação de representantes de entidades sindicais, entre elas o Sindsaúde, Sinsenat, Sinte e CSP-Conlutas. Partidos políticos como PT, POR, PSOL e PSTU também marcaram presença. A estimativa é de que o protesto tenha reunido mais de 150 pessoas.

O movimento finalizou a manifestação em frente à Prefeitura de Natal. Durante todo o percurso, o grupo artístico Pau e Lata animou os ativistas, que cantavam várias palavras de ordem. Entre as mais cantadas estavam: “Mãos ao alto! Dois e vinte é um assalto!”, “Olê, olê, olé, olá, Micarla, Paulinho revoguem a passagem e saiam de fininho!” e “Professor e estudante na rua. Prefeita a culpa é sua!”.

No próximo dia 15, haverá uma nova manifestação em parceria com o SENALBA, que luta contra a possível demissão de 720 trabalhadores.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Educação

Sindicato se reúne com professores e traça planos para enfrentar desconto nos salários

A Regional do Sinte/RN de Ceará-Mirim se reuniu na manhã desta terça-feira (8) com um grupo de professores que teve o salário de janeiro descontado pelo prefeito Antônio Peixoto (PR), em função da greve realizada no ano passado. A reunião ocorreu na sede do sindicato e também contou com a presença de diretores do Sinte/RN Estadual. Muitos trabalhadores da educação de Ceará-Mirim receberam descontos nos salários por não aceitarem a forma de reposição de aulas imposta pela Prefeitura. Alguns professores, inclusive, tiveram todo o salário descontado. A Prefeitura queria que os servidores trabalhassem durante o mês de janeiro.

O diretor da Regional de Ceará-Mirim, Zé Roberto, disse que a decisão do prefeito não passa de uma punição aos trabalhadores. "Como se não bastasse o fato de negar reajuste salarial para a categoria e deixar as escolas entregues às baratas, o prefeito Peixoto ainda pune aqueles que ousaram defender a escola pública de todo o abandono dessa gestão. Inclusive, o desconto nos salários é abusivo, já que os professores fizeram a reposição das aulas, conforme deliberado em assembleia da categoria.", destacou Zé Roberto.

A reunião entre o sindicato e os professores traçou alguns planos para enfrentar os descontos nos salários dos trabalhadores. Os advogados do Sinte/RN Estadual vão entrar na justiça com um pedido para que a Prefeitura pague imediatamente os valores descontados, argumentando que a reposição de aulas já aconteceu. Uma audiência com a Secretaria de Educação foi marcada para o próximo dia 16, quarta-feira. Os professores e o sindicato tentaram conseguir a reunião ainda para esta terça-feira, mas a secretária de educação se negou a atender a categoria sem hora marcada, mesmo o problema sendo uma urgência.

Uma campanha de ajuda financeira também será realizada para auxiliar os professores que tiveram descontos nos salários. O Sinte de Ceará-Mirim irá solicitar empréstimos junto a outros sindicatos do RN com o objetivo de "aliviar" a situação dos professores. Além disso, haverá ainda uma grande campanha de denúncia contra os ataques do prefeito Antônio Peixoto sobre os trabalhadores e o povo de Ceará-Mirim. O primeiro protesto está marcado para este sábado, dia 12, às 9 horas, na feira da cidade.

Abaixo, diretor do sindicato denuncia desconto de salário. Veja o vídeo.

Movimento

COMEÇOU 2011... COMEÇOU A TEMPORADA DE LUTAS!

O ano de 2011 começou com um acontecimento que vem chamando a atenção do mundo. Desde o dia 25 de janeiro, o Egito está realizando gigantescos protestos contra a ditadura que governa o país há 30 anos. As manifestações aconteceram uma atrás da outra após a queda de um governo autoritário na Tunísia e também se espalharam pela Argélia, Jordânia e Iêmem. Dois terços dos 80 milhões de egípcios têm menos de 30 anos e essa grande juventude está mostrando sua força nas lutas que crescem todos os dias. Segurando cartazes com a foto do jovem Khaled Said, que foi brutalmente torturado e assassinado pela ditadura, milhões de manifestantes mostram que o Egito não aceitará mais o governo de Hosni Mubarak. Uma grande lição do povo egípcio para todos os trabalhadores do mundo.

Já no Brasil o ano começou com centenas de mortos na tragédia das chuvas. Como em outros janeiros, governantes culpam a natureza e, mais uma vez, os jornais revelam que eles deixaram de usar verbas destinadas para a prevenção de enchentes. Governadores e prefeitos tentam culpar os trabalhadores que vivem em áreas de risco. Como se alguém escolhesse arriscar a vida. Os mesmos que culpam os trabalhadores aprovaram um salário mínimo de R$ 540, que não repõe nem mesmo a inflação.

A vida real, que é a dos trabalhadores, começou o ano com tragédias, que se somaram ao aumento dos preços do feijão, da carne e dos transportes. Enquanto isso, deputados e senadores ainda comemoram os seus novos salários que eles mesmos aumentaram para quase R$ 27 mil. É preciso denunciar os verdadeiros culpados pela tragédia das chuvas e exigir medidas imediatas para resolver o problema dos atingidos. Além disso, nós, trabalhadores, temos que lutar para que o salário mínimo dobre, com o mesmo reajuste de 134% que os deputados deram à presidente Dilma.

Estado e Município
No RN, os estragos deixados pelo governo Iberê e os efeitos da crise econômica serão despejados no bolso do trabalhador. A governadora Rosalba Ciarlini (DEM) prepara os prejuízos nas contas do estado para serem depositados nas costas dos servidores e da população. Rosalba já começou o ano desrespeitando os direitos do funcionalismo público. Os servidores estaduais da saúde e da educação que tiraram férias, por exemplo, não têm previsão para receber o terço de férias. O governo atual já está mostrando que será tão igual quanto o anterior.


Em Ceará-Mirim, o prefeito Antônio Peixoto (PR) já informou ao Sindicato da Educação (Sinte) que o dinheiro continua pouco e comenta que a diminuição da receita não dá previsões de boas notícias. Os trabalhadores da educação não têm motivos para estarem satisfeitos com esta administração. Além de não ter atendido a nenhuma das reivindicações da categoria, como foi o caso do reajuste salarial, o prefeito ainda fez descontos nos salários dos professores que fizeram greve no ano passado.

O lixo continua nas ruas, os esgotos e as vias públicas esburacadas ainda são os cenários da cidade. A reclamação pela falta de saúde é uma constante na vida da população que procura atendimento. Essa tem sido a política do prefeito Peixoto para Ceará-Mirim. Como se não bastasse isso, aqueles que se levantam para lutar por melhores condições de vida e trabalho são punidos pela Prefeitura, a exemplo dos servidores da educação.

Mas temos certeza de que os trabalhadores deste município não irão se intimidar com os ataques do prefeito. O povo do Egito está nos mostrando como devemos fazer para conquistar nossos direitos e garantir emprego, salário, saúde e educação.

É preciso lutar nas ruas e mostrar que não vamos aceitar pagar pelos prejuízos das empresas e bancos. Por isso, a Regional do Sinte de Ceará-Mirim convoca todos os servidores da educação a iniciarem as mobilizações em defesa dos nossos salários e direitos.

Começou 2011... começou a temporada de lutas!

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Deu na Imprensa

Contratações não zeram déficit

Apesar da Secretaria de Educação do Estado (Seec) ter lançado mão de recursos emergenciais para contratação de 1.032 professores temporários para o início deste ano letivo, que começa em dez dias, a medida ainda está longe de sanar os problemas com a falta de profissionais em sala de aula. Em 2010, a ausência de professores em diversas disciplinas, principalmente nas de cálculo, prejudicou o rendimento escolar de milhares de alunos na maioria das escolas do Rio Grande do Norte. A carência de professor leva em conta também a quantidade de profissionais que estão em processo de aposentadoria e aqueles que ainda vão dar entrada na documentação este ano. Até o final do ano passado, o número chegava a cerca de 1.300, aumentando o déficit para cerca de 3 mil professores a menos nas salas de aula.

A realização do concurso público para contratação de 3.667 vagas, já anunciado pela Seec, mas ainda sem data para o lançamento do edital, é o que viria, realmente, resolver o problema. De acordo com Pedro Guedes, do setor de Recursos Humanos da Seec, um ofício foi enviado à secretaria de Estado de Administração e Recursos Humanos e o processo já está na fase de seleção de uma empresa organizadora.

Segundo ele, a carência maior de professores são os das disciplinas de Matemática, Física, Química, Inglês e Biologia.

Faltam profissionais
Para agravar o problema, faltam profissionais no mercado principalmente para disciplinas de cálculo como matemática, física e química. Em algumas escolas do RN faltam professores para praticamente todas elas. Segundo relato de Pedro Guedes, o problema é evidente em boa parte dos municípios do estado, agravando-se mais nas regiões do Mato Grande e do Alto-Oeste, devido à falta de ensino superior para essas áreas.

No último concurso, dos 167 municípios do Rio Grande do Norte, 122 não conseguiram aprovar nenhum professor para ministrar a disciplina de química. A disciplina de física também não aprovou ninguém em 82 municípios e, ainda, em 38 municípios não houve aprovações em matemática e biologia. Na opinião de Pedro Guedes, uma das razões do problema está nas próprias instituições de ensino superior que ainda não interiorizaram suas atividades e oferecem poucas vagas para as licenciaturas de cálculo. Numa turma de 30 alunos de química que entram numa universidade, por exemplo, menos da metade consegue terminar o curso.

NÚMEROS
Quadro do magistério: 21 mil
Convocação de temporários: 1032
Déficit de professores: 1.500
Previsão de aposentadorias: 1.300
Concurso programado para este ano: 3.667 vagas

No último concurso:
122 municípios não aprovaram professores de química;
82 municípios não aprovaram para física;
38 não aprovaram para matemática;
38 não aprovaram para biologia.

Fonte: Diário de Natal - 06/02/2011

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Punição

Prefeito Antônio Peixoto pune professores com desconto nos salários

Ao que parece, o prefeito de Ceará-Mirim/RN, Antônio Peixoto (PR), tem apenas um objetivo no comando do governo municipal: piorar a vida da população e dos trabalhadores. Não bastasse abandonar os serviços públicos do município, deixando o povo entregue às baratas, agora o prefeito resolveu punir os professores que fizeram greve no ano passado em defesa da qualidade da educação. No início desta semana, ao receberem seus salários de janeiro, muitos trabalhadores foram surpreendidos com descontos em seus contra-cheques. Em média, os professores tiveram 20 dias descontados. Muitos estão reclamando que os descontos foram maiores do que a quantidade de dias que precisavam repor. Há casos, inclusive, de servidores que tiveram todo o salário descontado.

O prefeito Antônio Peixoto está punindo os trabalhadores que paralisaram suas atividades para protestar contra as péssimas condições da educação pública. Os descontos nos salários estão ocorrendo porque os professores não aceitaram a imposição da Prefeitura de obrigar os servidores a repor suas aulas durante o mês de janeiro. A categoria chegou a apresentar um plano para a reposição das aulas da greve até dezembro do ano passado, mas a Prefeitura não aceitou. Diante de mais esse ataque, fica uma pergunta: quem vai repor as aulas que os estudantes perderam por falta de merenda, de transporte e de condições adequadas nas escolas de Ceará-Mirim?

Para enfrentar a punição aplicada pelo prefeito Antônio Peixoto, a Regional do Sinte no município vai realizar uma reunião com a categoria para discutir ações e organizar a luta. Será na próxima terça-feira, dia 8, às 8 horas, na sede do sindicato.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Vídeo

Diretor do Sinte/RN de Ceará-Mirim pede renúncia de prefeito

Em novembro do ano passado, já havia sido realizado um protesto com aproximadamente mil pessoas exigindo o "fora Peixoto". Desta vez, mesmo estando no período de férias, cerca de 500 pessoas participaram da manifestação organizada pelo Fórum Municipal em Defesa de Ceará-Mirim, que é formado por sindicatos e partidos de esquerda. Ato público aconteceu no último dia 26 de janeiro.

Em dois anos, o prefeito de Ceará-Mirim, Antônio Peixoto (PR), abandonou os serviços públicos e negou reajuste salarial aos servidores da educação, alegando falta de recursos devido à crise econômica. Durante protesto, diretor do Sinte de Ceará-Mirim defendeu "Fora Peixoto!".

Veja o vídeo.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Internacional

Egito: Greve geral é convocada para derrubar ditador

Jeferson Choma, da redação do jornal Opinião Socialista

Uma greve geral por tempo indeterminado foi deflagrada no Egito nessa segunda-feira, dia 31. Bancos, portos e transportes públicos não estão funcionando no país. A paralisação foi convocada pelas centrais sindicais e ganhou poderosa adesão nas principais cidades egípcias - Cairo, Alexandria, Suez e Port Said. A greve é um profundo golpe nas pretensões do ditador Mubarak de continuar no poder.

A greve já tinha sido convocada pelos trabalhadores da cidade de Suez, no domingo, mas seu chamado foi estendido para todo o país. "Estaremos nos unindo aos trabalhadores de Suez e começaremos uma greve geral até nossas exigências serem atendidas", afirmou Mohammed Waked, um dos organizadores dos protestos.

Além da greve geral, os egípcios vão realizar uma marcha com um milhão de pessoas nesta terça-feira, dia 1°.

Governo por um fio
A população continua na rua, desafiando o toque de recolher imposto pelo governo. Manifestantes protestaram na Praça Tahrir, centro da revolta no Cairo, para manter as manifestações e fortalecer um acampamento mantido na praça. Há relatos de que os ativistas estão dividindo sua comida com os soldados.

Por outro lado, o governo Mubarak já dá sinais de desespero. Nesta segunda-feira, helicópteros sobrevoavam o Cairo, um dia depois de aviões caças voarem baixo pela Praça Tahrir. Durante o final de semana, o governo e a polícia foram acusados de promoverem saques, atos de vandalismo e de terem libertado prisioneiros. Mubarak também recebeu o apoio de Israel, que teme um verdadeiro levante no mundo árabe contra as os governos ditatoriais que reconhecem o Estado violento de Israel. Pela primeira vez desde os acordos de Camp David, há mais de 30 anos, Israel permitiu a entrada de tropas do Egito na Península do Sinai.

Mubarak tentou abrandar os protestos anunciando pequenas e ridículas mudanças no seu governo. No sábado, Mubarak apontou o primeiro vice-presidente em seus 30 anos no poder e um novo primeiro-ministro, em uma tentativa de se manter no comando. Também foi anunciada a formação de um novo gabinete ministerial. Foram substituídos os ministros das Finanças e do Interior. As medidas são, contudo, absolutamente inúteis. A população egípcia não aceitará nada menos do que o fim do governo Mubarak e seu regime.

Movimento operário poderá entrar em cena
A greve geral pode colocar em cena o poderoso e combativo movimento operário egípcio, o que representaria um salto de qualidade na revolução democrática. A classe trabalhadora do país vem lutando há muitos anos contra as miseráveis condições de vida impostas pela ditadura de Mubarak. Em abril de 2008, operários das fábricas têxteis da cidade de Al Mahalla realizaram uma paralisação e uma manifestação reivindicando aumento de salários. Na ocasião, os trabalhadores tiveram uma ampla solidariedade da população da cidade e do restante do país, onde também se realizaram manifestações que se combinaram com protestos contra o aumento de preços dos alimentos. Em dezembro de 2006, mais de 27 mil trabalhadores da cidade já tinham realizado uma greve por aumento salarial que o governo havia prometido.

Uma armadilha
Ao que tudo indica os EUA já se preparam para um cenário de um governo de "transição". Trata-se de uma armadilha do governo americano e da burguesia egípcia, que tentam emplacar a figura de Mohamed El Baradei, um ex-funcionário da ONU, diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), para chefiar um governo transitório. Dessa forma, a promoção de Baradei para um "governo de transição" serviria para acalmar os ânimos, impedindo que se abram as portas para as reivindicações dos trabalhadores, da juventude e dos pobres.

A manobra também tem por objetivo estabilizar o conjunto do mundo árabe, sacudido por dezenas de protestos revolucionários depois da queda da ditadura na Tunísia.