quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Que venha 2012!

Boas festas e um Ano Novo de lutas e vitórias

Em 2011 vimos uma impressionante retomada de lutas no mundo e, ainda em que menor escala, no Brasil a classe operária esteve à frente de greves no decorrer de todo o ano enfrentando patrões e o governo. Vimos também a CSP-Conlutas, a nossa Central, presente em cada uma dessas mobilizações.

Em 2012, acreditamos que as lutas vão continuar. A nossa Central continuará em cada uma delas e ajudará a impulsioná-las por meio do fortalecimento da organização de base.

A CSP-Conlutas é construída pelos trabalhadores organizados em seus locais de trabalho, nas universidades, nas escolas, na luta pela moradia, nas lutas contra a opressão.

Queremos agradecer a cada um que em 2011, por meio de sua atuação, ajudou a construir a CSP-Conlutas. E é com a confiança em cada um de vocês, que clamamos: Que venha 2012, um ano de lutas e vitórias. E, assim, como o slogan do 1º Congresso Nacional da Central, reafirmamos: “O futuro é grande… Vamos de mãos dadas”.

Boas festas!

Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Calote

EMPRESA QUE PRESTA SERVIÇO À PREFEITURA DE CEARÁ-MIRIM NÃO PAGA SALÁRIOS DE FUNCIONÁRIOS HÁ QUASE TRÊS MESES

Os funcionários da empresa terceirizada Realce Terceirização e Construções estão vivendo um verdadeiro drama financeiro nesse final de ano. A firma presta serviço de locação de mão de obra para a Prefeitura de Ceará-Mirim e há quase três meses não paga os salários de auxiliares de serviços gerais, porteiros, auxiliares de cozinha e auxiliares administrativos. A denúncia foi feita ao Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do município (Sinte/RN – Ceará-Mirim) por uma trabalhadora terceirizada que não quis se identificar. Auxiliar de cozinha em uma escola da cidade, a funcionária informou que os pagamentos dos terceirizados da educação, referentes aos meses de outubro e novembro, estão atrasados.

De acordo com ela, no serviço municipal de saúde a situação é ainda pior, e os atrasos já somariam quatro meses. Além disso, o pagamento do 13º salário, que por lei deve ocorrer até o dia 20 de dezembro, também não foi feito. “Minhas contas estão todas atrasadas. Há dois meses não pago a prestação da minha casa, a água e a luz. No próximo dia 30, serão três meses sem salário. Estou desesperada.”, desabafou a funcionária da empresa terceirizada Realce.

Ainda segundo o relato da trabalhadora, a empresa não responde aos telefonemas dos funcionários e tem mantido seu escritório fechado. Nas poucas vezes em que conseguiu falar com alguém responsável pela firma, a auxiliar de cozinha ouviu a já conhecida justificativa dada pelas empresas terceirizadas. “Disseram que os atrasos nos pagamentos acontecem porque a Prefeitura de Ceará-Mirim não tem feito regularmente os repasses para a empresa.”, contou. Procurada pela funcionária, a Prefeitura negou a informação e disse que os repasses estão sendo realizados.

Desrespeito
Nesse jogo de empurra-empurra, os únicos prejudicados são os trabalhadores terceirizados, que cumpriram suas jornadas e funções corretamente, mas tem seus direitos mais básicos, como salários e décimo terceiro, desrespeitados. Para o Sinte de Ceará-Mirim, o prefeito Antônio Peixoto (PR) tem responsabilidade na grave situação que estão enfrentando os terceirizados do município. No caso de não estar fazendo os repasses à empresa, a Prefeitura compromete diretamente, e de forma irresponsável, os pagamentos destes funcionários. Entretanto, se tem repassado corretamente os recursos, mas não averigua se a firma cumpre com suas obrigações, também deve ser responsabilizada pelo ato.

A verdade é que as terceirizações dos serviços públicos servem apenas para que governos e prefeituras enxuguem suas folhas de pagamento e aumentem os lucros de empresários, já que funcionários que não fazem parte do quadro efetivo não estão enquadrados em Planos de Carreiras e, portanto, recebem salários piores, normalmente o mínimo no valor de R$ 545.

Os trabalhadores de Ceará-Mirim não suportam mais esse governo desastroso do prefeito Antônio Peixoto. Os terceirizados estão sem receber seus salários e precisam ter seus direitos garantidos. Sendo a responsabilidade pelos atrasos da Prefeitura ou da empresa Realce, essa situação precisa acabar. Com a palavra, o prefeito...

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Retrospectiva 2011

UM ANO INESQUECÍVEL PARA OS TRABALHADORES DO MUNDO

Esse é o momento em que as pessoas refletem sobre o ano que está acabando, mas, também, sobre o que está vindo. Alegrias e tristezas, esperanças e frustrações. Momentos muito diferentes, cheios de significados, bons ou ruins. A tradição natalina projeta uma alegria artificial e muitas vezes inexistente. Mas o décimo terceiro salário e as férias (para os quem têm) tornam o fim de ano mais agradável para muitos.

É hora também de pensar coletivamente no futuro. Queremos nos dirigir aos ativistas que acompanharam junto conosco as lutas durante 2011. Com certeza, você viu as revoluções no Norte da África e do Oriente Médio. Deve ter se emocionado junto com a gente ao ver as vitórias dos trabalhadores, que derrubaram ditaduras no Egito e na Tunísia. E, agora, torce pelas novas lutas contra o governo militar egípcio.

Você também acompanhou a revolução na Líbia e o debate em relação ao ditador Kadafi. Viu como nós estivemos na defesa do levante popular contra a ditadura e pôde comprovar que, desde o início, nos colocamos contra a interferência dos EUA e de governos europeus na Líbia. Na realidade, estes governos nunca tiveram a mínima preocupação com a democracia. Por isso, apoiaram Kadafi enquanto ele mantinha uma ditadura firme e assegurava o controle das empresas multinacionais sobre o petróleo líbio. Só passaram para a oposição quando os trabalhadores se rebelaram diretamente contra o ditador, para tentar manter seu controle sobre o petróleo.

A situação na Europa deve ter alertado a todos sobre a dimensão histórica que a crise econômica está tomando. Uma situação que, hoje, se traduz em mobilizações radicalizadas dos trabalhadores e crises políticas. O capitalismo se aproveitou da queda das ditaduras stalinistas no Leste Europeu para comemorar a “morte do socialismo”. Agora, a crise econômica recoloca a discussão da necessidade do socialismo para o mundo.

Como não podia deixar de ser, você também viu a evolução do governo Dilma. Grande parte dos trabalhadores segue apoiando o governo. Mas os ativistas que estiveram à frente das lutas metalúrgicas, da construção civil, de professores, dos Correios, dos bancários e do funcionalismo público podem tirar suas próprias conclusões. De que lado estava o governo? Ao lado das greves, contra os patrões? Ou em defesa dos patrões, usando até a repressão para derrotar os trabalhadores?

O ano de 2011 dificilmente poderá ser esquecido. É o momento em que a crise econômica internacional se juntou a grandes mobilizações populares em muitas partes do mundo. A revolução e o socialismo começam a voltar ao primeiro plano das discussões. Agora, é hora de pensar em 2012 e no futuro. Um mundo para os trabalhadores ou para os exploradores?

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Governo Rosalba

Juíza determina interdição do Caic de Parnamirim

Estado tem 30 dias para alugar imóvel para atender os quase 2 mil alunos matriculados


A juíza da Infância e Juventude de Parnamirim, Ilná Rosado Motta, deferiu nesta quinta-feira pedido do Ministério Público, no sentido de interditar a Escola Estadual Professor Arnaldo Arsênio de Azevedo, o Caic de Parnamirim. Na mesma decisão, a magistrada determinou que fosse providenciada, em 30 dias, a locação de imóvel, em número suficiente, para os 1.827 alunos matriculados, de forma a não prejudicar os estudantes da instituição.

As providências devem ser tomadas a tempo de não prejudicar o ano letivo de 2012, segundo a juíza, até a feitura das obras de reforma de toda a Escola, diante da total imprestabilidade das estruturas da instituição de ensino. Ela estabeleceu ainda multa cominatória diária e pessoal à secretária estadual de Educação, no valor correspondente a R$ 5 mil, em caso de descumprimento, devendo os valores decorrentes da incidência da multa serem revertidos ao Fundo Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente.

Inquérito Civil
A Promotoria de Defesa dos Direitos da Educação da Comarca de Parnamirim instaurou Inquérito Civil, em setembro, com o objetivo de apurar as condições de funcionamento da Escola Estadual Professor Arnaldo Arsênio de Azevedo, em virtude da falta de manutenção da instituição de ensino, o que poderá comprometer a integridade física de alunos, professores, funcionários e visitantes da instituição.

O Inquérito Civil foi instaurado após a informação de que no dia 6 de setembro último um aluno da escola teve lesão grave em virtude do desprendimento de um arame solto enferrujado na quadra de esportes que atingiu o seu olho direito, resultando na perda total da visão direita.

Diante do quadro caótico da estrutura da escola foi realizada perícia pela Fundação Norte Riograndense de Pesquisa e Cultura/DEC (Funpec). A constatação foi que a instituição de ensino possui graves problemas de natureza operacional. A merenda dos estudantes não está sendo produzida adequadamente por problemas na cozinha (panelas furadas, câmara fria quebrada e estocagem de mantimentos inadequada).

A estrutura elevada que dá acesso ao 1º pavimento do Caic é composta por uma laje cuja estabilidade estrutural está seriamente comprometida. O Serviço Técnico de Engenharia do Corpo de Bombeiros também realizou vistoria e concluiu pela necessidade de adoção de medidas corretivas, em face da existência de risco de prejuízos humanos e materiais.

Estrutura
A Escola Estadual Arnaldo Arsênio possui atualmente 1.827 alunos, nos três turnos, e 150 funcionários que frequentam diariamente a Escola, assim distribuídos: 22 turmas do ensino fundamental (1º ao 5º ano) pela manhã, 17 turmas do ensino fundamental ( 6º ao 9º ano) a tarde e 18 turmas (7 turmas de Educação de Jovens e Adultos- EJA - Ensino fundamental e 11 turmas de Educação de Jovens e Adultos- EJA - Ensino Médio) a noite.

Possui 350 alunos no regime integral. Em decorrência da greve, o calendário foi alterado para reposição dos dias letivos perdidos, ficando instituído que a escola funcionará regularmente até 28 de janeiro de 2012.

A escola também abriga e uma Equipe de Estratégia de Saúde da Família de responsabilidade do Município de Parnamirim.

Fonte: Diário de Natal - 06/12/2011

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Em Ceará-Mirim...

COM DESCASO CADA VEZ MAIOR, PREFEITURA SEGUE IGNORANDO PROBLEMAS NA EDUCAÇÃO PÚBLICA

Diante do tamanho descaso da Prefeitura com os educadores de Ceará-Mirim, o Sinte/RN faz uma pergunta ao prefeito Antônio Peixoto (PR): onde está a audiência que o sindicato solicitou? Há quase um mês o Sinte/RN entregou um ofício pedindo a reunião, mas até o momento não houve resposta. O repertório de desculpas já se esgotou ou a Prefeitura está querendo ganhar tempo para que o ano letivo termine sem que os problemas da educação sejam resolvidos? Se isso acontecer, também não será novidade, já que é assim que o prefeito demonstra seu respeito e sua prioridade pelo ensino público.

A demora para o agendamento de uma audiência é recorrente. Quando finalmente é marcada, acaba sendo adiada por diversos motivos. Se for agendada para as 9 horas, tem início só depois do meio-dia. Tendo a Prefeitura acordo com alguma proposta do Sindicato da Educação, esta é encaminhada para secretários e assessores resolverem. Entretanto, como se tivessem sido orientados para tanto, assessores e secretários “esquecem” a questão, deixam de analisar documentos importantes e as pendências são colocadas de lado. Assim, o que era ruim vai ficando cada vez pior, com os problemas administrativos se somando aos mais antigos. Como se não bastasse, o prefeito Antônio Peixoto ainda afirma que o Sinte quer resolver tudo às pressas, de um dia para o outro.

Veja algumas das necessidades da educação pública que a Prefeitura julga não haver precisão de solucionar imediatamente.

Insalubridade para ASG,s e merendeiras, concurso público, troca dos quadros das escolas, prestação se contas das reformas, pagamento de 1/6 sobre férias, pagamento da correção de 6,46% do Piso Nacional, implantação dos títulos de 180 horas para o ensino infantil e incorporação dos auxiliares de creche ao PCCS.

O Sinte/RN de Ceará-Mirim está atento e continua cobrando providências do prefeito Antônio Peixoto. “Não aceitamos a política de embromação. Enquanto a Prefeitura age dessa forma, com certeza os trabalhadores em educação estão nas escolas, tendo de trabalhar até o final do mês enfrentando as más condições de trabalho, salários defasados e sem saber quando é que seus direitos serão respeitados.”, disse Ana Célia Siqueira, diretora do sindicato.

Para se ter uma ideia do descaso da Prefeitura, os diários de classe, documentos importantes para registro do trabalho dos professores, deveriam estar nas escolas desde o início do ano, mas só foram entregues recentemente. Existem escolas sem funcionar por estarem em obras, como é o caso da unidade de ensino da comunidade de Rio dos Índios. É assim que funciona a educação pública em Ceará-Mirim, sem falar nos trabalhadores contratados e nos transportes, que ameaçam paralisar as atividades. Caso isso aconteça, com certeza irá comprometer mais uma vez a “normalidade” das aulas. Entretanto, enquanto os governos municipais, estaduais e o federal defenderem melhorias para a educação apenas o discurso, sem aumentar os investimentos de fato, nada será normal.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Fim de ano

Confraternização Natalina do Sinte Estadual será no dia 18

A confraternização natalina do Sinte Estadual será realizada no próximo dia 18, domingo. A festa acontece às 21h, no Boulevard de Nova Parnamirim e terá música ao vivo com a banda Xeque-Mate. Para participar, os (as) sindicalizados (as) devem pegar suas senhas na sede do Sindicato, entre os dias 12 e 16. Será necessário apresentar o contracheque e um documento de identificação pessoal.

Fonte: Sinte Estadual

sábado, 10 de dezembro de 2011

Desrespeito

OBRAS DE AMPLIAÇÃO EM ESCOLA DE CEARÁ-MIRIM ESTÃO PARADAS

Os estudantes e educadores da Escola Municipal Emídio Ferreira da Silva, localizada na comunidade de Rio dos Índios, na Zona Rural de Ceará-Mirim, sabem bem o que significam as palavras descaso e desrespeito com o ensino público. Afinal, esta tem sido a principal lição dada pelo prefeito Antônio Peixoto (PR), desde que assumiu a Prefeitura do município. Em visita à escola no último dia 7, quarta-feira, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte de Ceará-Mirim) flagrou mais um caso de irresponsabilidade do prefeito e da secretária de educação. Há mais ou menos seis meses teve início a ampliação das instalações da escola Emídio Ferreira da Silva. Entretanto, há dias as obras estão paradas porque os pedreiros responsáveis foram deslocados pela Prefeitura para outra obra em Muriú.

Enquanto a ampliação do prédio não é concluída, a escola acumula entulho e material de construção. E o pior: o prefeito e a secretária de educação não transferiram as aulas para outro local até a finalização da obra. Assim, estudantes e educadores são obrigados a estudar e a trabalhar em meio a muita poeira. Como se não bastasse isso, a Escola Emídio Ferreira ainda enfrenta uma situação que não deixa de ser um problema de saúde pública. No local, um sumidouro está estourado há muito tempo, exalando um forte e insuportável mau cheiro. É nesse ambiente que alunos, professores e funcionários estão exercendo suas atividades. De acordo com profissionais da escola, a Secretaria de Educação já foi informada do caso, mas nenhuma providência foi tomada.

E assim caminha a educação pública em Ceará-Mirim, sob o comando desastroso do prefeito Antônio Peixoto. Abaixo, veja fotos da Escola Emídio Ferreira da Silva.

Sinte de Ceará-Mirim visitou escola e encontrou obra paralisada


Sumidouro de onde vem o forte mau cheiro


Entulho nas dependências da escola

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

No mínimo

PESQUISA DO DIEESE APONTA QUE SALÁRIO MÍNIMO DEVERIA SER DE R$ 2.349,26

A Constituição Federal determina que o salário mínimo deve suprir as necessidades básicas de cada trabalhador, tais como alimentção, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência. No mês de novembro, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) calculou em quanto estaria fixado o salário mínimo hoje, com base no preço mais alto da cesta básica alimentar, observado em Porto Alegre. Segundo o departamento, caso a Constituição fosse cumprida, nenhum trabalhador brasileiro deveria receber menos do que R$ 2.349,26.

O salário calculado pelo Dieese é 4,31 vezes maior do que o mínimo em vigor, de R$ 545,00. Em novembro de 2010, o mínimo necessário era de R$ 2.222,99 ou 4,35 vezes o salário da época, de R$ 510,00. Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional da Cesta Básica, que mostrou que das 17 capitais pesquisadas, o preço subiu em 15 cidades. O levantamento mostrou ainda que, para comprar a cesta básica em novembro, o trabalhador brasileiro, que ganha um salário mínimo, precisou trabalhar 96 horas e 13 minutos.

O Dieese revelou também que o custo da cesta básica, quando comparado ao salário mínimo líquido, ou seja, após os descontos da Previdência Social, representa 47,54% do rendimento, na média das 17 capitais pesquisadas, enquanto que em outubro eram necessários 46,48%.

Salário de miséria
No início do ano, o Congresso Nacional aprovou a proposta de aumento do salário mínimo do governo Dilma, de R$ 510 para R$ 545. Ao mesmo tempo em que determinaram míseros 35 reais a mais para os trabalhadores, os parlamentares aprovaram um aumento de 62% em seus próprios rendimentos e de mais de 100% no salário da presidente. Foi a primeira vez, desde 1997, que o reajuste do salário mínimo não repôs sequer a inflação. O arrocho para os trabalhadores ficou em 1,3% em termos reais. Hoje, o salário dos parlamentares, dos ministros e da presidente Dilma é de R$ 26,7 mil. Enquanto isso, cerca de 19,2 milhões de trabalhadores vivem apenas com R$ 545.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Retrospectiva da Educação

2011: O ANO EM QUE OS PROFESSORES FORAM À LUTA

Para muitos trabalhadores em educação, o ano de 2011 está longe de terminar. Passeatas, ocupações e greves marcaram a vida de milhares de professores país afora. Foram greves e mobilizações imensas em quase todos os estados e municípios importantes. Lutavam e continuam lutando contra os salários de fome, jornadas cansativas, desrespeito ao piso nacional, destruição do plano de carreira, salas superlotadas, escolas destruídas. Confira as principais greves da categoria que ocorreram no país esse ano.

RIO GRANDE DO NORTE
80 dias de greve

Os educadores do Rio Grande do Norte realizaram a maior paralisação da categoria, desde 1984, e enfrentaram duros ataques do governo. A governadora Rosalba Ciarlini (DEM) dizia que não tinha dinheiro para a Educação. Mas isso não era verdade, pois o estado recebeu R$ 327 milhões do Fundeb, nos primeiros seis meses de 2011. Durante uma audiência pública na Assembleia Legislativa, a professora Amanda Gurgel silenciou deputados em um depoimento revelador sobre a situação da educação no país. O depoimento é visto por milhões na internet. “Certamente este salário não paga nem a indumentária dos senhores aqui”, disse a professora. Apesar da força da greve, o sindicato da categoria (Sinte/RN Estadual) sabotou a greve até o fim. Além disso, o governo do estado contou com a “justiça”, que determinou o final da greve.

AMAPÁ
34 dias de greve

Com gritos entusiásticos de “greve, greve, greve, greve”, os trabalhadores em educação do Amapá entraram em greve no dia 17 de maio, contra a retirada de direitos, em defesa da aplicação do Piso Nacional Salarial. O mais extraordinário é que a greve foi dirigida pela base da categoria, uma vez que os principais dirigentes do sindicato foram afastados por suspeitas de corrupção. Ao final, a luta arrancou o reajuste de 19,5% e fortaleceu a CSP-Conlutas, que deu todo seu apoio à categoria. Isso se expressou na vitória da chapa apoiada pela coordenação nas eleições para Sindicato dos Servidores Públicos em Educação do Estado do Amapá (SINSEPEAP), realizadas no dia 29 de julho.

RIO DE JANEIRO
66 dias de greve

No dia 7 de junho, professores e funcionários da rede estadual de educação do Rio de Janeiro deram início a uma greve que duraria 66 dias. Indignados com os baixos salários, os profissionais da educação cruzaram os braços, se somando à heróica revolta dos bombeiros que comovia todo o estado na época.

A greve ganhou força e a categoria chegou a acampar em frente à Secretaria de Educação. Um dos momentos mais importantes da greve aconteceu no dia 29 de junho, data em que seria aplicado o Saerj (Sistema de Avaliação da Educação do Estado do Rio de Janeiro), uma imposição do governo do estado para “avaliar” os alunos. Mas a prova do Saerj foi amplamente boicotada, por alunos e professores.

Ao final, o governador Sergio Cabral (PMDB) foi obrigado a atender muitas das reivindicações dos trabalhadores. Os funcionários passam a ter direito a um Plano de Carreira, por formação e por tempo de serviço, e os professores arrancaram um reajuste salarial.

PIAUÍ
18 dias de greve

Apesar de ter sido uma das mais curtas, a greve arrancou uma importante conquista, com o aumento de 15%, o piso dos professores para 40 horas semanais no estado passará de R$ 1.024,67 para R$ 1.187,97, o mesmo estabelecido pelo governo federal.

PARAÍBA
32 dias de greve

A greve realizou ações radicalizadas, como, por exemplo, a ocupação do Palácio do Governo. Também obrigou a fazer com que o governo pagasse o Piso Nacional no vencimento. No entanto, a “justiça” mostrou que estava ao lado dos poderosos, decretando a suposta ilegalidade do movimento.

CEARÁ
63 dias de greve

Na maior mobilização dos últimos anos, os professores enfrentaram toda a truculência do governador Cid Gomes (PSB). Além de enfrentarem ameaças e ironias do governador, os professores apanharam da Tropa de Choque em um protesto realizado no dia 29 de setembro, em Fortaleza.

MARANHÃO
78 dias de greve

A greve, iniciada no dia no dia 1º de março de 2011, se enfrentou duramente com o governo de Roseana Sarney. Mais uma vez, o governo teimava em não aplicar o Piso Nacional. Uma das iniciativas mais marcantes da greve foi a marcha “Fora Honoráveis Bandidos”, organizada pela CSP-Conlutas, sindicatos filiados e diversos movimentos sociais e estudantis. Além disso, centenas de professores ficaram acampados em frente à Secretária de Educação do Estado.

MINAS GERAIS
112 dias de greve

A mais longa greve realizada pelos trabalhadores em educação conseguiu obrigar o governo Anastasia (PSDB) a aplicar o Piso Nacional de forma escalonada, entre 2012 a 2015. Os grevistas também obrigaram o governo a suspender as demissões e conquistaram a anistia dos grevistas. Mas a luta não foi fácil. O governo Dilma se recusou também a intervir em Minas Gerais, para obrigar o governador Antonio Anastasia a cumprir o piso. O Ministro da Educação, Fernando Haddad, fez declarações de apoio ao governo do estado na contratação de substitutos aos grevistas.

SANTA CATARINA
62 dias de greve

A greve foi deflagrada para enfrentar a intransigência do governador Raimundo Colombo (PSD), que chegou a comparar as reivindicações da categoria a uma “extorsão”. Mais uma vez, um dos pontos da pauta foi o Piso Nacional. No dia 9 de junho, a categoria realizou a maior assembleia da história do magistério em Santa Catarina. Mais de 15 mil pessoas lotaram a Passarela do Samba Nego Quirido, em Florianópolis.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Indiganção

QUEREMOS UMA CEARÁ-MIRIM PARA OS TRABALHADORES!

A Ceará-Mirim dos trabalhadores está abandonada. Há semanas não há água para a população, o lixo está em todas as partes da cidade, os salários dos funcionários contratados continuam atrasados e a Prefeitura não recebe os sindicatos para negociar. Tudo o que os trabalhadores recebem do prefeito Antônio Peixoto (PR) é desrespeito. A Prefeitura tenta enganar o povo com o clima de festa, mas nada esconde os graves problemas enfrentados pela população pobre e trabalhadora do município.

A educação pública, por exemplo, está um abandono só. Muitas escolas ainda precisam ser reformadas, merenda de baixa qualidade, profissionais mal remunerados. O abuso do prefeito chega a ser absurdo e ilegal. Os direitos dos professores não estão sendo cumpridos. Atualmente, a Prefeitura não paga o Piso Nacional da categoria e nem os 50% da Regência de Classe, um direito retirado pelo prefeito Peixoto.

Não podemos deixar nossa cidade e nossos serviços públicos serem entregues às baratas pela Prefeitura. Uma Prefeitura que não utiliza os recursos do município para garantir os direitos da população pobre e dos trabalhadores. Por isso, o Sindicato da Educação (Sinte) chama todos aqueles que estão indignados com esta situação para lutar por uma Ceará-Mirim para os trabalhadores.