terça-feira, 29 de novembro de 2011

Geral

E A CRISE? VAI CHEGAR AO BRASIL?

Na Europa, onde estão boa parte dos países modelos do capitalismo, a crise econômica tem realmente um tamanho preocupante. Para salvar as grandes empresas e bancos, os governos endividaram os países de tal maneira que agora as dívidas se tornaram impagáveis. Grécia, Irlanda, Espanha, Portugal e Itália estão praticamente falidos. Os mesmos governos querem acabar de vez com o chamado "estado de bem estar social" um conjunto de direitos históricos dos trabalhadores europeus, como seus salários e aposentadorias.

Na verdade, os bancos que causaram a crise agora querem se salvar fazendo um corte duro nos salários e conquistas dos trabalhadores. Caso os banqueiros e donos das grandes empresas vençam, o trabalhador europeu baixará seu nível de vida ao nível latino-americano atual ou ainda pior. No entanto, os trabalhadores europeus tem a maior tradição de luta do planeta. As batalhas recém começaram e se estenderão por muitos anos. As greves gerais já estão presentes na Grécia, Espanha e Portugal.

E o Brasil?
O Brasil ainda não está em crise. E o governo faz propaganda de que isso acontece graças às virtudes de sua política econômica. Infelizmente, a maioria dos trabalhadores acredita nisso, e Dilma segue apoiada.

Queremos alertar os trabalhadores de que isso não é verdade. O Brasil segue crescendo economicamente porque as empresas multinacionais se aproveitam dos baixos salários pagos aqui para aumentar seus lucros e salvar as matrizes nos países em crise. Além disso, a economia brasileira está muito ligada à da China, que continua crescendo. Se a crise econômica internacional avançar mais, o que é muito provável, as empresas multinacionais terão de decidir se continuam investindo no Brasil. Caso suspendam os investimentos, o Brasil enfrentará uma nova crise, como em 2008-2009.

Já existem efeitos disso nos dias de hoje. A desaceleração econômica é o primeiro deles. O aumento do PIB (Produto Interno Bruto) vai cair de 7,5% em 2010 para 3% ou menos em 2011. O país segue crescendo, mas bem menos que antes. Os patrões e o governo endureceram as negociações nas campanhas salariais, que foram mais duras esse ano, causando greves longas, como a dos correios e bancários, além da educação.

Mas os trabalhadores que apóiam o governo respondem: "Ainda bem que Dilma tem essa política econômica, de apoio às grandes empresas, porque assim o Brasil segue crescendo". A verdade é outra. Com essa política, já existe um caos na educação e na saúde públicas. O governo dedica 49,15% do orçamento (ou seja, metade de tudo que se arrecada em impostos e taxas no país) ao pagamento da dívida pública aos banqueiros. É isso que explica a crise nos hospitais públicos, a falta de creches, o caos na educação.

E é importante que se saiba de algo ainda pior. Como os juros pagos aos banqueiros no Brasil são os maiores de todo o mundo, o que é gasto aqui é muito mais do que se paga em todos os países em crise da Europa. O governo Dilma está pagando, entre parcelas e juros, R$ 954 bilhões aos banqueiros em 2011. Isso corresponde a espantosos 25% do PIB no país. A Grécia está gastando 5,47% de seu PIB com a dívida nesse ano, Portugal 3,04%, Itália 4,53%, Irlanda 3,2%, Espanha 1,6%.

Isso significa que já existem conseqüências muito sérias na vida do povo, como a crise já presente na educação e na saúde públicas. Mas, no caso de a crise econômica chegar ao país, as conseqüências serão muito maiores. Os ataques aos trabalhadores serão semelhantes aos que estão sendo aplicados pelos governos europeus contra a aposentadoria, os salários e os empregos.

É preciso lutar contra essa política econômica que sacrifica o país para enriquecer ainda mais os banqueiros.

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