sexta-feira, 4 de junho de 2010

Direto de Santos (SP)

Começou o 2º Congresso da Conlutas

O sentimento de unidade e solidariedade entre todos os trabalhadores deu o tom da abertura do Congresso

A noite de ontem (3) foi marcada por uma forte emoção para os milhares de trabalhadores e trabalhadoras, entre delegados, observadores e convidados, que deram início ao 2º Congresso da Conlutas, no Centro de Convenções de Santos – SP. Durante a abertura foram feitas várias saudações ao Congresso da Conlutas por parte de organizações parceiras nos enfrentamentos cotidianos da classe trabalhadora.

A mesa de abertura foi composta por entidades de trabalhadores, movimentos sociais e partidos de esquerda. Entre os participantes, estavam Intersindical, MTL (Movimento Terra e Liberdade), MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), MAS, Pastoral Operária, Cobap (Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas), Anel, Batalha Operária (Haiti) e representações sindicais da Espanha e do Japão. Além disso, delegações de vários países do mundo, como a Grécia, compareceram ao congresso.


Muitas saudações lembraram, com orgulho, a história de luta da Conlutas, desde a sua fundação em 2004, e a importância do processo de unificação com a Intersindical e outros setores de esquerda. A representante do MTST, Helena, lembrou a luta contra a criminalização dos movimentos sociais e o papel fundamental que cumpriu a Conlutas. “Desde que a Conlutas existe, nós estamos lutando menos sozinhos. Isso mostra que juntos a gente fica mais forte para disputar o futuro.”, disse.

Plenário do Congresso

A recente luta dos aposentados, que culminou com a aprovação pelo Congresso Nacional do fim do fator previdenciário e do reajuste de 7,7% nas aposentadorias, também esteve representada pela Cobap. “Nossa luta fez o governo engolir o fator previdenciário. Se Lula quiser vetar o fim do fator, que vete. Mas nós vamos para as ruas denunciar a verdadeira face do governo Lula.”, afirmou Josias, presidente da Cobap.

Os estudantes também fizeram sua saudação ao 2º Congresso da Conlutas. “Representamos o movimento estudantil que é herdeiro do Fora Collor e das ocupações de Reitorias nas universidades. E estamos juntos desde o início dessa batalha da Conlutas.”, lembrou Camila Lisboa, da Anel.

Entre os momentos de maior emoção e que demonstraram a unidade internacional dos trabalhadores, vão ficar na memória as saudações de entidades sindicais do Haiti, Japão e Espanha. Didier Dominique, do Batalha Operária (Haiti), lembrou com revolta o papel das tropas brasileiras que reprimem o povo haitiano e pioram as consequências do terremoto. “Estamos em guerra com os opressores. Nossa luta é pra mandar toda essa gente sanguinária para o inferno.”, falou o haitiano.

O haitiano Didier Dominique fala ao plenário do Congresso

Por fim, a saudação da representação espanhola fez levantar os trabalhadores e trabalhadoras do plenário, lembrando a necessidade de lutar incansavelmente pelos interesses da classe trabalhadora diante do retorno da crise econômica. “Povos da Europa, povos da América Latina, povos de todo o mundo. Levantemo-nos para lutar!”.

Todos defenderam, no momento da fusão com a Intersindical, a continuidade do projeto socialista e de solidariedade internacional entre trabalhadores que sempre foi uma característica da Conlutas.

Segundo dia

Hoje (4) pela manhã tiveram início os trabalhos do Congresso, com a aprovação do regimento e a defesa das resoluções, propostas de entidades e grupos políticos. Agora à tarde, os delegados debatem em grupos as propostas sobre a unificação com a Intersindical, que serão levadas à plenária final logo mais à noite.

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