Rotina de uma professora da rede pública
Fonte: Repórter Rio - TV Brasil - 27/06/2011
A edição 2011 da Parada do Orgulho LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e travestis e transexuais) de São Paulo contou, no domingo, dia 26 de junho, com a participação de uma multidão calculada em 3 milhões de pessoas, apesar da incessante chuva que caiu sobre a capital paulista desde a manhã e se intensificou no início da tarde.
No dia 21 de junho, chegou a informação de que a governadora Rosalba Ciarlini (DEM), além de se manter irredutível em relação à proposta apresentada aos educadores em greve, ainda elaborou um material que reproduzia a mentira dos 34% de reajuste para ser distribuído na assembleia da categoria. Ocorreu, no entanto, que os próprios funcionários da Secretaria de Educação e Cultura (SEEC) se recusaram a entregar o material, alegando que nele havia mentiras. Com isso, Rosalba não contava.
A cada dia que passa o cenário caótico da educação pública no Brasil piora ainda mais. Escolas sem estrutura adequada, merenda insuficiente e de baixa qualidade, ausência de material escolar e servidores desvalorizados. A todo instante, o país descobre uma realidade chocante na educação. No Rio Grande do Norte, mais uma vez o exemplo de desrespeito com os trabalhadores que fazem o ensino público vem de Ceará-Mirim. No município, os professores contratados pela Prefeitura não recebem seus salários desde fevereiro deste ano.
Na noite da última sexta-feira, dia 17, os cerca de 100 manifestantes que ocuparam a Câmara Municipal de Natal por 11 dias deixaram o local com a sensação de que venceram apenas a primeira batalha. Após firmarem um acordo com os vereadores para a instalação da Comissão Especial de Inquérito (CEI), que deverá investigar os contratos suspeitos de irregularidade da Prefeitura, trabalhadores e estudantes decidiram desocupar a Câmara. A saída se deu logo depois da realização de uma audiência pública que debateu a criação da CEI para a próxima quarta-feira, dia 22. A desocupação do prédio ainda foi seguida de mais uma passeata pelas ruas do centro da cidade contra a prefeita Micarla de Souza (PV).
Na tarde deste dia 14 de junho, na Escola Estadual Winston Churchil, mais de 600 trabalhadores da educação do Rio Grande do Norte decidiram manter a greve da categoria, que já dura mais de 40 dias. Por unanimidade, professores e funcionários rejeitaram a proposta da governadora Rosalba Ciarlini (DEM), que ainda não atende a totalidade das reivindicações nem cumpre de imediato os direitos cobrados pelos trabalhadores.
No início da noite desta quarta-feira, dia 15, uma notícia fez cerca de 300 pessoas vibrarem de felicidade no pátio da Câmara Municipal de Natal, ocupada desde o último dia 7. Pouco depois das 18 horas, os manifestantes que pedem o impeachment da prefeita Micarla de Souza (PV) receberam a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), revogando a determinação do desembargador Caio Alencar para desocupação da Câmara. O pedido de Habeas Corpus, feito pela comissão jurídica do movimento “Fora Micarla!”, foi atendido pelo ministro Herman Benjamim. Antes de receberem a notícia da decisão, os manifestantes já se preparavam para resistir à ação da polícia que pretendia desocupar o prédio.
Para o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil seccional Rio Grande do Norte (OAB-RN), Paulo Eduardo Teixeira, que esteve na Câmara de Natal após o anúncio do Habeas Corpus, a decisão do STJ é uma vitória parcial do movimento e uma lição para os governantes. “Os governantes precisam aprender com esse episódio. Isso é uma sinalização de que a sociedade quer mudanças.”, disse.
Depois do anúncio do Habeas Corpus, que garante a ocupação por mais tempo, os acampados permanentes no prédio já passam de 100 pessoas. Entretanto, centenas de pessoas passam todos os dias pelo local para levar solidariedade. São estudantes, sindicalistas, professores, intelectuais, trabalhadores sem terra. Gente jovem e idosa. Gente que viveu as “Diretas Já” e o “Fora Collor”. Gente que está vivendo pela primeira vez um grande movimento de comoção popular. “Impossível não dizer que estamos fazendo história aqui nesse momento. O Fora Micarla é um movimento que luta contra a privatização da saúde e o abandono da educação e defende todos os serviços públicos essenciais à população de Natal. Queremos a saída da prefeita porque pretendemos uma cidade voltada para o povo e os trabalhadores.”, explicou Wilson Silva, da Assembleia Nacional dos Estudantes Livre (ANEL).
A Central Sindical e Popular - Conlutas vem a público anunciar o gravíssimo ataque à Educação Pública no nosso país materializado no PNE (Plano Nacional de Educação), PL 8035/10 do Governo Dilma. Esse PNE compromete seriamente o ensino público, gratuito, universal, laico, unitário e de qualidade social, como dever do Estado e direito universal. O PNE que tramita no Congresso Nacional, com apoio do AGCS/OMC (Acordo Geral de Comércio de Serviços da Organização Mundial do Comércio), dilui o dever do Estado na garantia do direito à Educação Pública institucionalizando as Parcerias Público Privadas (PPP’s) e rifando o protagonismo histórico dos educadores.
A capital do Rio Grande do Norte tem vivido dias de Egito. Desde o último dia 7, dezenas de estudantes mantêm uma ocupação pacífica na Câmara Municipal de Natal. Os manifestantes exigem a instalação de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para investigar os contratos feitos pela Prefeitura, que estão sendo averiguados pelo Tribunal de Contas do Estado e pelo Ministério Público por suspeita de superfaturamento. Hoje, o pátio da Câmara de Vereadores já se transformou na Praça Tahir do movimento “Fora Micarla!”, que também pede a saída da prefeita Micarla de Souza (PV) do comando do executivo.
A última sexta-feira, dia 10, fez o vermelho ressurgir como a cor da luta de todos os trabalhadores. Em solidariedade aos 439 bombeiros presos a mando do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), foi realizado um ato público no Calçadão da Rua João Pessoa, no centro de Natal. A manifestação que exigia a liberdade e anistia daqueles trabalhadores – aprisionados por lutarem por melhores salários e condições de trabalho – contou com a presença das Associações de Bombeiros e Policiais Militares do Rio Grande do Norte, sindicatos, partidos de esquerda e a CSP-Conlutas. Todos os manifestantes foram ao ato vestidos de vermelho.
O retrato trágico da educação pública no Rio Grande do Norte, infelizmente, ganha mais um exemplo na cidade de Ceará-Mirim. O Centro de Educação Infantil Maria Alice, que fica na comunidade de Massaranduba, chegou ao extremo do descaso e da irresponsabilidade com o futuro das crianças do município. De acordo com funcionários do Maria Alice, aos sábados, no mesmo local onde são realizadas as atividades da creche, funciona também um bar e uma casa de show.



"Fora Micarla! Fora Paulinho! Arruma a mala e vai saindo de fininho!". Essa foi uma das palavras de ordem mais cantadas pelos cerca de 300 estudantes que protestaram nas ruas de Natal na manhã desta terça-feira, dia 7. Nem mesmo a forte chuva impediu os manifestantes de realizar a terceira passeata exigindo o impeachment da prefeita Micarla de Sousa (PV) e de seu vice, Paulinho Freire. Nos últimos dias, sem ter a chuva para atrapalhar, as duas primeiras manifestações do movimento “Fora Micarla!” reuniram uma média de 2500 pessoas, entre trabalhadores e estudantes.