A situação econômica do país se agrava. As trabalhadoras estão sentindo no bolso o aumento do preço dos alimentos, das tarifas de transporte, da inflação e as demissões. Como as mulheres são a maioria das que ganham salário mínimo, as negras são as que menos recebem no país e, em grande parte, chefiam sozinhas as famílias. As dificuldades para fechar o orçamento é realmente muito grande.
Em tempos de crise, os governos e os patrões se apoiam ainda mais nas diferenças entre homens e mulheres para criar desigualdades através de salários diferenciados ou negação de direitos. Essas medidas atingem toda a classe, porque rebaixa, de maneira geral, as condições de vida das mulheres e dos homens trabalhadores.
O machismo é um poderoso instrumento para dividir nossa classe, colocando homens e mulheres trabalhadoras em lados opostos. Sabemos, porém, que não haverá libertação enquanto não forem assegurados os mesmos direitos para homens e mulheres negras e não negras. Não se pode falar em liberdade quando metade da classe trabalhadora está superexplorada e oprimida.
A opção política do governo Dilma em pagar a dívida, comprometendo metade do orçamento do país é o que faz com que não tenha dinheiro suficiente para investir em saúde e educação. Muito menos para combater a violência contra a mulher ou para investir em saúde, fazendo com que se prolifere o mosquito transmissor do Zika vírus, que cresce de maneira incontrolável e amedronta a população pelo risco da microcefalia.
Ir à luta contra o machismo e a exploração
O machismo e as diversas ideologias que tentam justificar a opressão da mulher têm sido cada vez mais utilizados para destruir o potencial, a garra, a autoestima e a iniciativa da mulher trabalhadora. Fazem delas as principais vítimas da violência e das desigualdades sociais. Mas elas não figuram só nas estatísticas. São também protagonistas de mobilizações, greves, ocupações de escolas. Erguem- se na luta e levantam suas vozes. O 8 de Março é o dia de elas mostrarem suas forças, dizerem que seu lugar também é na luta!
- Fim das demissões! Redução da jornada de trabalho sem redução de salários para que todos trabalhem! Salário igual para trabalho igual!
- Não ao plano de ajustes! Contra a reforma da Previdência e revogação da Medidas Provisórias que retiram direitos do PIS e seguro-desemprego!
- Fim das terceirizações! Direito igual para todos os trabalhadores!
Mais investimentos para o combate à violência! Aplicação e ampliação da Lei Maria da Penha! Desmilitarização da PM e direito das mulheres trabalhadoras à autodefesa.
- Investimentos em saneamento e controle do mosquito para combater o Zika. Assistência para todas as crianças e mães vítimas da microcefalia com qualidade e pelo SUS. Aborto legal, seguro e gratuito feito pelo SUS para as que desejarem interromper a gravidez
- Creches públicas, gratuitas e de qualidade, em tempo integral. Licença maternidade de seis meses para todas as trabalhadoras. Licença paternidade de 40 dias.
- Contra o PL 5069, que modifica a Lei de Atendimento às Vítimas de Violência Sexual (Lei 12.845/13).
- Construir o socialismo para conquistar a completa libertação das mulheres.
Texto originalmente publicado no Jornal Opinião Socialista nº 512.
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