terça-feira, 1 de março de 2016

Assembleia em Ceará-Mirim discutiu problemas na educação enfrentados em 2016




Realizada na área aberta da Escola Estadual Ubaldo Bezerra de Melo, a Assembleia Unificada do Sinte/RN de Ceará-Mirim teve início com a fala do cientista social Nando Poeta sobre a crise econômica mundial, que vem sendo usada como desculpas pelos governantes, para barrar e recuar com os direitos dos trabalhadores em todo o mundo. Poeta questionou a forma como pensamos que os problemas dos outros países não nos afetam, quando na verdade tudo está em comunicação e que a crise econômica que surgiu nos Estados Unidos em 2008, quando o PT dizia que nada daquilo iria nos atingir, pois era só uma “marolinha”, hoje vemos a inflação retornar, os preços nas prateleiras dos supermercados cada vez mais altos e uma onda de demissões em todo o país.

E seguida, a fala da direção do Sinte/RN de Ceará-Mirim
“E quem pagará a conta dessas aulas atrasadas?”,
questionou Ana Célia, diretora do Sinte.
explicou o motivo de convidar os trabalhadores do estado e do município para participar da Assembleia: devido os graves ataques que a Prefeitura tem cometido contra a categoria e contra a educação como um todo. Um dos principais pontos foram o atraso do ano letivo, que já foi adiado pela terceira vez. “E quem pagará a conta dessas aulas atrasadas?”, questionou Ana Célia, diretora do Sinte. Ela expôs que, quando somos nós trabalhadores que fazemos greves para reivindicar melhoras nas condições de trabalho e para conquista de direitos, nós somos obrigados a repor as aulas nos dias vagos, como férias, além de recebermos rótulos de vagabundos e vândalos. Mas quando é a Prefeitura quem atrasa as aulas, quem os culpará pela falta de aulas? E mais ainda, quem vai repor as aulas que, há quase um mês, não são dadas? Somos nós professores, que nada temos a ver com esse atraso.

Outro ponto da pauta também foi a situação da escola de Ponta do Mato, que como já foi amplamente divulgado pela mídia, está em tempo de cair por cima dos estudantes e trabalhadores. Desde novembro de 2015 o prefeito Antônio Peixoto (PR) prometeu, em plena transmissão de TV ao vivo, pela emissora InterTV Cabugi, que daria início a reforma da escola em fevereiro. Chegamos em março e nada de reforma ainda. A solução apresentada pelo prefeito é que as crianças, que ocupam a faixa etária de 4 a 7 anos, em média, sigam em um transporte ofertado pela Prefeitura até a escola de Jacoca, onde eles teriam aula por tempo indeterminado, até a entrega da escola em Ponta do Mato. As mães dos alunos não se sentem seguras com essa solução, pois por serem crianças muito pequenas, temem que ninguém possa assegurar a segurança deles, principalmente porque elas mesmas não poderiam acompanhar seus filhos nesse trajeto. Além disso, nós do Sinte/RN de Ceará-Mirim tememos que o mesmo que aconteceu em Muriú se repita em Ponta do Mato: em Muriú, o prédio da única escola do povoado foi desativado em 2003 e até hoje os alunos estudam em casas improvisadas, alugadas, que demandam pagamento mensal da Prefeitura para esses proprietários. Veja a nova reportagem que cobra a reforma da escola.

Também foi exposto durante a Assembleia a perseguição
que professores tem sofrido, pois muitos estão sendo transferidos arbitrariamente de escola, não respeitando a vontade desses trabalhadores e notavelmente com interesses políticos. Como esclarecido pelo diretor do Sinte, José Roberto, essa atitude fere o 33º artigo da Lei Orgânica do Município, que determina que as transferências só podem haver com solicitação do transferido ou com acordo entre transferido e Prefeitura, o que não tem acontecido. “Esse é o pior ano dos dois mandatos de Peixoto”, concluiu o diretor.

Como encaminhamentos, por fim, ficou mantida a reunião em Terra da Santa sobre essas transferências arbitrárias e foi estendida também para os povoados de Muriú e Ponta do Mato, a fim de conseguir uma audiência com o prefeito para discutir essa questão. A nossa próxima assembleia acontecerá no dia 11, ainda sem local definido – divulgaremos em tempo. E, como forma de dar uma resposta aos ataques que os professores tem sofrido, realizaremos atividades para os dias 15, 16 e 17, coincidindo com os dias em que se realizará a Greve Nacional da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE).

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