segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Educação

Abandono das escolas marca início das aulas na rede estadual

No dia 14 de fevereiro, começaram as aulas na rede estadual de ensino. A situação é caótica. Na primeira semana ninguém acreditava que fosse possível começar de fato. Faltava tudo: verba para comprar material (muitas escolas pediram materiais aos alunos através de listas); transporte para levar os alunos e carteiras escolares (caso da Escola Celso Cicco). É lamentável que a escola aceite funcionar com revezamento de turmas por falta de carteiras.

Também há carecem de reforma na estrutura dos prédios. Até mesmo quadros e lâmpadas estão faltando. Além disso, faltam professores, já que o governo promete, mas não realiza concurso público. A solução é recorrer aos contratos, que trabalham sem saber quando vão receber seus salários. Os que trabalharam no ano passado ainda não receberam nenhum tostão. Já os efetivos estão sem receber vários direitos, como o terço de férias.

Conivência da maioria dos diretores
Os problemas citados são os mais evidentes e pioram a cada ano. Os trabalhadores não podem ficar em silêncio diante da postura da maioria dos diretores das escolas estaduais. Estes companheiros e companheiras, eleitos pelo voto direto e democrático da comunidade escolar e dos pais, muitas vezes agem como os antigos cargos de confiança, que indicados pelo governo não podiam contestá-lo nem contrariá-lo.


Esta maioria de diretores, que conhece toda a situação de abandono das escolas, aceita que a recém-chegada Secretária de Educação, Betânia Leite, diga aos trabalhadores: "as aulas devem começar de qualquer jeito". No esforço para cumprir a ordem, estes diretores perdem o sono, improvisam, compram fiado, fazem todo sacrifício para que as aulas comecem, mesmo que de forma muito precária.

É preciso garantir uma ação unificada entre alunos, pais, professores e funcionários para lutar contra esta realidade. Aos diretores, cabe a organização de todas as escolas junto com a comunidade escolar para não aceitar a imposição da Secretária. Afinal, estes gestores sabem que a escola pública está ameaçada e, neste caso, o futuro do emprego de todos os trabalhadores da educação.

Entretanto, o que se vê são os diretores darem um "jeitinho" para que a situação pareça estar bem. Pior: alguns fazem questão de repassar ao pé da letra as ordens e as ameaças da Secretaria de Educação para os trabalhadores. É exigência disso, exigência daquilo, pedido de falta e proibição de uma série de coisas. Tudo para melhorar a escola. Na realidade, seria interessante defendê-la, exigindo condições de trabalho e o cumprimento do compromisso do governo.

Se for preciso um espaço para fazer esta discussão, a Regional do SINTE de Ceará-Mirim está disposta a fazê-la. Mas devemos garantir que a conquista das eleições diretas seja de fato utilizada em benefício dos trabalhadores e dos usuários da escola pública.

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