sexta-feira, 25 de março de 2011

Greve na educação chegou ao fim, mas problemas não.


A GREVE DOS PROFESSORES MUNICIPAIS DE NATAL TERMINOU, mas o ano letivo ainda não começou para muitos alunos. O motivo é que muitas escolas apresentam problemas que impossibilitam o início das aulas.

Exemplos não faltam. No Centro Municipal de Educação Infantil Maria Ilka, em Nova Descoberta, os alunos continuam sem aula por falta de merenda e de professores. Situação que se repete por toda rede de ensino de Natal.

Os problemas se acumulam com a falta de carteiras, material de expediente e prédios com estrutura física sem condições de abrigar a comunidade escolar. São necessidades que há muito tempo vem sendo denunciadas.

A realidade mostra que não foi a greve dos professores que impediu o início das aulas na rede municipal. Com o fim da greve, a prefeita Micarla de Souza tem a obrigação de responder por que muitos alunos continuam sem aula, quando as escolas deveriam estar preparadas para iniciar o ano letivo.

Os professores estão nas escolas. Agora, falta o poder público assumir a responsabilidade de oferecer condições de trabalho e escola de qualidade para todos. De acordo com o SINTE/RN, “para a rede como um todo – incluindo o ensino fundamental – funcionar plenamente, a Secretaria Municipal de Educação precisa contratar cerca de mil profissionais, entre professores, auxiliares de sala (para a educação infantil) e de serviços gerais”.

O mofo e o abandono tomam conta das escolas e CMEIs (Centros Municipais de Educação Infantil). O CMEI Stela Lopes, em Nova Natal, com mais de 300 crianças matriculadas, não está recebendo verbas porque a direção não conseguiu fazer a renovação dos titulares da Unidade Executora, junto ao 2º Cartório, que acumula débitos da Prefeitura Municipal de Natal. Sem dinheiro não tem merenda nem material de limpeza e higiene. A exemplo de outros, no CMEI Stela Lopes as salas estão sem aula, mesmo com o fim da greve.

Muitas escolas nem iniciaram as aulas, outras funcionam em horário reduzido

Os motivos vão desde a falta de merenda a problemas de infraestrutura, além de déficit de professores. Na Escola Municipal Professor Amadeu Araújo alunos são liberados mais cedo. A diretora Maria Rosilandy Feitosa afirmou que a secretaria autorizou a matrícula excedente de alunos, garantindo que iria resolver a situação. “Agora os pais ficam cobrando uma solução da escola e a secretaria de educação ainda não resolveu esse problema”. Ela afirma ainda que não há professores suficientes para normalizar as aulas.

Toda essa situação revela o desprezo do poder público com a manutenção de serviços essenciais para a população, como educação, saúde, transporte e segurança. Enquanto os filhos dos trabalhadores enfrentam essa triste realidade, os filhos desses governantes que transformam os serviços públicos em sucatas têm planos de saúde, segurança privada, não andam de coletivo e estudam em escolas particulares.


Fonte: CSP - Conlutas/RN

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