Em Ceará-Mirim...

PREFEITURA DESCUMPRE ACORDO DA GREVE DA EDUCAÇÃO E SINTE CHAMA ASSEMBLEIA DA CATEGORIA

Terminada a euforia das eleições municipais, agora a grande expectativa da maioria da população é a de que, a partir de janeiro do próximo ano, tudo será diferente. Para os partidos políticos que representam os interesses dos empresários, banqueiros e latifundiários, é hora de se reorganizar e ajustar os últimos acordos e conchavos para recuperar os “investimentos” realizados nas campanhas eleitorais. Agora as palavras de ordem não são melhorias na educação, saúde, moradia, emprego, dentre outros direitos. Mas, sim, como recuperar o dinheiro gasto no período eleitoral.

Para isso, é preciso a unidade do poder executivo com o legislativo para que não ocorra desentendimento na “nova gestão”. Não se pode esquecer a crise econômica que sacode a Europa e deixa seus efeitos por todo o mundo. Aqui, no Brasil, a crise faz o governo buscar medidas para proteger os banqueiros e empresários, iludindo a população com políticas de juros baixos e reduzindo impostos para as empresas. Na verdade, o povo pobre e os trabalhadores serão os mais prejudicados com perda de direitos e falta de investimentos nos serviços públicos.

Em Ceará-Mirim, o prefeito Antônio Peixoto (PR) irá administrar o município por mais quatro anos, mesmo com uma enorme impopularidade. Basta observar os resultados pulverizados das urnas, nas quais a maioria dos eleitores não concorda com a sua administração, pois é visível o abandono dos serviços essenciais para a população. A coleta de lixo na cidade não funciona, há verdadeiras montanhas de lixo nas ruas. Na saúde pública, as pessoas que precisam de atendimento no Hospital Dr. Percílio Alves esperam pela boa vontade dos médicos; Nas escolas, continua a falta de merenda, material didático, condições de trabalho, dentre outros. 

O Sinte/RN de Ceará-Mirim solicitou há vários dias uma audiência com o prefeito para discutir os problemas da educação. O sindicato quer saber por que não foram cumpridos os acordos da greve firmados com os trabalhadores, a exemplo do pagamento do Piso Nacional dos professores. Outro fato que preocupa a direção do Sinte é o de a Secretária de Educação, Ângela Aquino, estar encaminhando a reposição das aulas da greve de forma distinta do que foi negociado com a Prefeitura, punindo mais uma vez os servidores, como em 2011. Infelizmente, até agora nenhuma resposta foi dada por parte da Prefeitura. Ao que parece, a prioridade do prefeito Peixoto é o final do seu primeiro mandato e o silêncio das denúncias sobre as prestações de contas. 

Por isso, o Sinte está convocando todos os trabalhadores em educação para uma assembleia nesta quinta-feira, dia 8, às 8 horas, na Escola Municipal Adele de Oliveira. “Não devemos aceitar a imposição da secretária Ângela Aquino para trabalharmos até 14 de janeiro. Devemos, sim, organizar a melhor forma de reposição para os professores e para os alunos. Este foi o acordo.”, destaca José Roberto, diretor do sindicato.