quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Denúncia

Trabalhadores da Educação sofrem com assédio moral

Além de explorarem o trabalho dos servidores da educação, governantes e diretores usam e abusam da prática do assédio moral no trabalho. O objetivo é intimidar os trabalhadores e impedi-los de lutarem por seus direitos. Como não há eleição direta para diretores nas escolas, muitos funcionários que discordam dos desmandos dos chefes indicados por prefeitos sofrem com a perseguição política. São humilhações, isolamentos, posturas autoritárias e grosserias.

Em Ceará-Mirim/RN, é recorrente os diretores do prefeito Antônio Peixoto (PR) oprimirem trabalhadores que discordam de certos procedimentos na educação. De acordo com um grupo de professoras, na Escola Municipal Gonçalo Teixeira, a diretora Leolina Carvalho anda perseguindo e maltratando uma funcionária. “A diretora não conversa com a funcionária, não cumprimenta. Só fala para dar ordens. Até manda repetir várias vezes a mesma tarefa.”, denuncia uma professora. “Essa funcionária já chorou umas três vezes. Eu mesma vi a diretora dizer que se ela agüentasse, pedisse pra sair.”, revela a professora.

O grupo ainda afirma que o material didático fica trancado em uma sala, e só pode ser usado se a diretora estiver presente na escola. Além de funcionários, alunos também são vítimas de grosserias e intolerância. “Nenhum aluno pode entrar sem fardamento, em hipótese alguma. Se a farda estiver rasgada ou molhada, o aluno perde aula. Ela não deixa entrar.”, conta outra professora.

Invadindo a sala

Mas não é apenas Ceará-Mirim que possui casos de assédio moral. Em Pureza, na Escola Municipal Francisco de Assis Amaral Rocha, há um caso muito grave e que envolve diretamente a prefeita da cidade, Soraya Santana (PSDB). O professor José Ramiro da Silva participa ativamente das lutas promovidas pelo sindicato em defesa da educação pública no município. Por essa razão, sofre com a perseguição política da vice-diretora da escola, Sandra Maria, e da prefeita.

Como o professor sempre denuncia a situação precária da escola e dos funcionários, a vice-diretora faz de tudo para prejudicar José Ramiro. “Ela tem tratamento diferenciado. Se eu e um colega faltarmos o trabalho, mesmo que por motivo justificado, eu recebo falta e ele não. Isso porque não faço parte do grupo dela. Já cheguei até a sofrer descontos de R$ 280.”, reclama o professor.

A prefeita Soraya Santana também não fica atrás. “Como eu participo das lutas com o sindicato, sempre sofro repressão. Após uma denúncia que fiz em um ato público sobre a situação da educação de Pureza, a própria prefeita invadiu a minha sala de aula para pedir satisfações.”, conta José Ramiro.

O Sinte de Ceará-Mirim já iniciou uma campanha contra o assédio moral e as perseguições aos trabalhadores da educação. Um boletim especial e um cartaz foram confeccionados para explicar aos servidores o que é e como denunciar o assédio moral. Manifestações também serão preparadas contra as perseguições.

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