quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Pesquisa

Gasto com transporte é igual à despesa com comida

Estudo feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) revela que, nos últimos dez anos, os gastos do brasileiro com transportes se igualaram à despesa com alimentação. Em 2000, o trabalhador gastava, em média, 18,7% de seu orçamento para se locomover e 21,1% para comer. Em 2010, os gastos com transportes subiram para 20,1%.

Pesquisa nacional detectou que 44,3% da população tem nos transportes públicos seu principal meio de locomoção. O índice é maior no Sudeste: 50,7%. Entretanto, a quantidade de ônibus em circulação no Brasil cresceu menos na última década do que o volume de veículos particulares. Para cada ônibus novo que chega às ruas, surgem 52 automóveis. Verificou-se uma mudança no perfil da composição da frota particular.

Em 2000, os carros correspondiam a 62,8% do total de veículos do país. As motos somavam 13,3%. Hoje, os automóveis respondem por 57,5%. A quantidade de motocicletas quase que dobrou: 25,2%. Agora, há nas ruas das cidades brasileiras um ônibus para cada 427 habitantes. Em 2000, havia um para 649 pessoas. A proporção de automóveis é, hoje, de um para cada 5,2 habitantes. Há dez anos, havia um carro para cada 8,5 pessoas.

Divulgados nesta segunda (24), os dados do estudo indicam que quase 50% de todos os usuários de ônibus encontram-se na região sudeste. A maioria dos que usam motos (43,4%) mora em cidades do Nordeste. Estão nessa região também o grosso dos que se declaram adeptos da bicicleta (45,5%).

Perguntou-se aos entrevistados qual o meio de transporte que mais utilizam para se mover em suas cidades. No total nacional, depois dos transportes públicos (44,3%), vieram o carro (23,8%) e a moto (12,6%). A seguir, o número de brasileiros que declaram que se movimentam a pé (12,3%) é maior do que a taxa dos que disseram utilizar a bicicleta (7%).

O aumento na quantidade de carros exerce sobre a percepção das pessoas um efeito instantâneo: 69% disseram enfrentar engarrafamentos diários. O que há de mais revelador no estudo do IPEA é o reforço de uma evidência: o Brasil ainda é um país por fazer em matéria de transportes públicos.

Fonte: Blog do Josias de Souza

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