quarta-feira, 18 de abril de 2012

Educação Pública em Ceará-Mirim

ATÉ QUANDO NÓS VAMOS AGUENTAR O DESCASO?

Estamos perto do final do mandato do prefeito Antônio Peixoto (PR) e pouca coisa mudou em Ceará-Mirim. Temos mais reclamações do que elogios. Os problemas são muitos e podemos descrevê-los sem constrangimento, pois a população sofre com eles diariamente e não vê uma solução. Quem busca atendimento na saúde pública sabe que falta tudo. De material para exames a curativos. O lixo continua nas ruas, os trabalhadores da empresa terceirizada REALCE passam necessidade devido ao atraso dos salários e a população enfrenta a falta de água.

Abandono
Na educação, a crise é constante. As escolas iniciaram o ano letivo sem carteiras e sem merenda; turmas do turno noturno foram fechadas, o que fez aumentar os alunos nas outras turmas, chegando ao total de 53 alunos por sala, como é o caso da Escola Municipal Centro Educacional Rural – CERU, na Comunidade de Coqueiros. O Centro de Educação Infantil Maria Alice, na comunidade de Massaranduba, até hoje funciona em um bar, o que já é um absurdo, e ainda em condições precárias.

Em março desse ano, houve uma reunião com os pais, a Secretaria de Educação e o Sinte (Sindicato dos Trabalhadores da Educação) buscando uma solução para os problemas, mas até agora nada foi feito. Ou seja, a Prefeitura tem conhecimento da situação, porém não tomou uma providência para resolvê-la.

Em Massaranduba, como em outros locais, o que ocorre com muita rapidez são as transferências abusivas de funcionários da educação sem que eles possam se defender.

Situação salarial
Outro problema revoltante são os baixos salários dos trabalhadores em educação do município. O salário base de um professor em início de carreira, que é de R$ 890,97, está tão distante do Piso defendido nacionalmente, que mesmo que fosse dado o aumento de 22,22% da Lei Federal, ainda não atingiria os R$ 1.451,00. Entretanto, nem isso o prefeito ofereceu. Segundo ele, a Prefeitura está fazendo um levantamento financeiro.

A situação das verbas da educação é um eterno questionamento. Por mais que aumente, em Ceará-Mirim sempre diminui e nunca é suficiente. Em 2011, houve um repasse de mais de R$ 25 milhões do FUNDEB, mas os professores tiveram apenas um reajuste 6,46%. Já os funcionários dependem somente do salário mínimo, que também é o salário dos contratados. Em nossa cidade não há valorização do profissional em educação. Só nos discursos do prefeito.

Por isso, os trabalhadores da educação decidiram paralisar suas atividades nesta quarta-feira, dia 18. Aguardamos uma audiência com a Prefeitura para discutir a pauta aprovada pelos servidores. Além deste protesto, outras manifestações serão feitas e divulgadas.

Se os educadores de Ceará-Mirim entrarem em greve, como os de Natal e São Gonçalo, com certeza vão estar cheios de motivos. O principal deles será a defesa da educação e a dos que nela trabalham. Contamos com o apoio da população.

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