quarta-feira, 18 de abril de 2012

Em defesa da educação pública

EDUCADORES DE CEARÁ-MIRIM FAZEM PARALISAÇÃO DE ADVERTÊNCIA

Na manhã desta quarta-feira, dia 18, os professores da rede municipal de ensino de Ceará-Mirim promoveram uma paralisação de advertência. O protesto, que contou com um ato público em frente à Prefeitura, denunciou a defasagem salarial dos profissionais e os problemas enfrentados pelas escolas públicas da cidade. A manifestação foi convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Educação do RN - Sinte Regional de Ceará-Mirim e é parte das atividades da Campanha Salarial de 2012 da categoria.

Entre as principais reivindicações salariais dos educadores, destacam-se o pagamento retroativo do piso nacional de 2011 (15,85%), referente ao período de janeiro a maio, e correção do piso de 2012 (22,22%); pagamento dos contratados na mesma data dos concursados e nos mesmos valores; garantia imediata de 1/3 da carga horária dos professores para atividades extra-classe, de acordo com a lei 11.738/08; promoções horizontais, levando em conta o tempo de serviço e reajuste linear de 68,85% para toda a categoria.

Os trabalhadores ainda pedem melhorias nas condições de trabalho dos profissionais e de estudo dos alunos, a exemplo de reformas e construção de escolas e creches; diminuição do número de estudantes por sala de aula; merenda, fardamento, material didático e transporte escolar, além do fim de perseguições e do assédio moral.

Paralisação de advertência
Revoltados com o descaso do prefeito Antônio Peixoto (PR) e com a falta de empenho dos representantes da Prefeitura em negociar uma solução para os problemas, os trabalhadores da educação paralisaram suas atividades nesta quarta-feira 18 com o objetivo de alertar a administração do município sobre uma provável greve da categoria. "A educação foi abandonada pela Prefeitura. Há escolas com 53 alunos em uma única sala e diretores comprando lâmpadas com o próprio dinheiro. Até escola funcionando em um bar Ceará-Mirim tem.", denuncia José Roberto, diretor do Sinte/RN.

Nem mesmo um dos itens mais básicos da educação pública é garantido aos estudantes do município. Esse ano as aulas começaram sem merenda nas escolas e com os professores sendo obrigados pela Secretaria de Educação a não liberar os alunos mais cedo em função do problema. "Isso é uma afronta aos estudantes. A Prefeitura está obrigando as crianças a permanecerem na escola com fome. Sem falar na péssima infraestrutura dos prédios e nos salários miseráveis que nos pagam. Agora, se os professores entrarem em greve, o prefeito vai nos chamar de insensatos e de irresponsáveis. Mas aí eu pergunto: com a educação pública nessa situação, quem realmente é insensato e irresponsável?", argumenta José Roberto.

Aumento do FUNDEB
A Prefeitura de Ceará-Mirim afirma não dispor de recursos suficientes para atender as necessidades dos profissionais da educação, mas não é o que os números mostram. O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB) revela que o município vem tendo aumentos nos repasses. Em 2011, Ceará-Mirim recebeu a quantia de R$ 25 milhões para a pasta da educação, quatro milhões a mais do que em 2010, quando o repasse foi de R$ 21,5 milhões. Para o sindicato, o argumento da Prefeitura de que faltam recursos não se sustenta.

Por isso, no próximo dia 26 de abril, às 8 horas, na sede do sindicato, haverá uma assembleia da categoria com o objetivo de decidir os passos seguintes do movimento. A greve não está descartada.

Educadores ao lado da Prefeitura durante paralisação de advertência

Faixas do Sinte de Ceará-Mirim expõe reivindicações

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