ATO DO 1º DE MAIO DA CSP-CONLUTAS REÚNE 3 MIL TRABALHADORES EM DEFESA DOS SALÁRIOS, DIREITOS E CONDIÇÕES DE VIDA

Enquanto as centrais sindicais governistas (CUT, CTB, Força Sindical) faziam festas, patrocinadas por empresas e pelo governo, a Central Sindical e Popular - Conlutas organizava uma manifestação para defender os direitos dos trabalhadores diante dos ataques dos patrões e dos reflexos da crise econômica no Brasil.
Após um rápido ato político no local, os manifestantes seguiram em caminhada pela Av. Paulista até a igreja da Consolação, onde o protesto foi encerrado. Segundo estimativas da própria polícia, cerca de 3 mil pessoas participaram do 1º de maio da CSP-Conlutas. A imprensa chegou a falar em 4 mil.
Havia trabalhadores de diversas categorias e de quase todo o país. Operários da hidrelétrica de Belo Monte e do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), ambos em greve. Metalúrgicos de São José dos Campos, trabalhadores rurais de Brasiléia e Xapuri (AC), bancários do Rio Grande do Norte, professores de diversos estados, metroviários de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Servidores públicos federais, estaduais e municipais, operários da construção pesada de Suape (PE), estudantes, rodoviários de Fortaleza (CE), representações quilombolas de muitos estados, movimentos populares de São Paulo e do Pinheirinho (SJC), além de outras categorias e organizações que atuam na luta contra as opressões de mulheres, negros e homossexuais.
Mas, sem dúvida, a participação de delegações estrangeiras tornou o ato do 1º de maio da CSP-Conlutas muito mais amplo e emocionante. Estiveram presentes representantes de organizações de trabalhadores do Egito, França, Chile, Costa Rica, Inglaterra, Haiti, Paraguai, Espanha, África do Sul, Senegal, Argentina, Benin, Peru, México, Uruguai, Canadá e Alemanha. A manifestação com a presença de outros países provou que o sentimento unidade internacional entre os trabalhadores continua vivo. "Brasil, Europa, América Central. A classe operária é internacional!", cantavam todos durante a passeata.
Além de uma homenagem ao dia do trabalhador, o ato público da CSP-Conlutas colocou nas ruas as reivindicações de diversas categorias do país inteiro. Os operários de Belo Monte, do Comperj e de Suape, por exemplo, agitaram palavras de ordem em defesa de melhores salários e condições dignas de trabalho e mandaram um recado para a presidente Dilma, que é conivente com a exploração dos trabalhadores nas obras do PAC. "Ô Dilma, preste atenção! Greve operária é tsunami de peão!", gritavam os operários.
As péssimas condições da educação pública também foram denunciadas durante a caminhada. Bastante animados, os estudantes da Assembleia Nacional dos Estudantes - Livre (ANEL) fizeram os trabalhadores saírem do chão com um grito que criticava a política econômica do governo Dilma. "É ou não é piada de salão. Tem dinheiro pra banqueiro, mas não tem pra educação!". A professora Amanda Gurgel, uma das maiores defensoras da educação pública, não deixou por menos e aproveitou para denunciar a criminalização da luta dos trabalhadores. "Os bandidos que se escondem embaixo das togas e nos tribunais não tem moral para julgar ilegais as greves dos trabalhadores.", criticou Amanda.
José Maria de Almeida, da Secretaria Executiva da CSP-Conlutas, lembrou que o Brasil, embora ainda não sinta com força os efeitos da crise econômica, sofre com uma situação social de extrema desigualdade. “Temos que ver além da propaganda. É justiça social o que aconteceu no Pinheirinho? É justiça social as condições de trabalho dos operários das obras do PAC e Belo Monte? O que vemos é a maior degradação das condições de vida enquanto aumentam os lucros das grandes empresas e dos bancos”, denunciou ele.
O ato público do 1º de maio da CSP-Conlutas foi encerrado em frente à igreja da Consolação com a certeza de que uma nova central sindical e popular estava se fortalecendo para organizar a luta de todos os trabalhadores e oprimidos do Brasil. "CSP-Conlutas é pra lutar! É sindical, estudantil e popular!", entoavam todos.
Cerca de 3 mil trabalhadores participaram do ato da CSP-Conlutas
Manifestantes criticaram a criminalização da luta dos trabalhadores
Delegações estrangeiras estiveram presentes ao 1º de maio da CSP-Conlutas
Protesto contou com metalúrgicos de SJC e operários de Belo Monte e Suape
Concentração do ato ocorreu no vão do Masp, centro de São Paulo
Professora Amanda Gurgel participou e criticou a ilegalidade das greves dos trabalhadores
José Maria de Almeida criticou a injustiça social promovida pelo governo Dilma
1º de maio da CSP-Conlutas teve caminhada pela Av. Paulista
Diretores do Sinte/RN de Ceará-Mirim, Jean Lima e Ana Célia Siqueira participaram do ato ao lado da professora Amanda Gurgel
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