quarta-feira, 2 de maio de 2012

Em São Paulo...

ATO DO 1º DE MAIO DA CSP-CONLUTAS REÚNE 3 MIL TRABALHADORES EM DEFESA DOS SALÁRIOS, DIREITOS E CONDIÇÕES DE VIDA

Av. Paulista, São Paulo, manhã de 1º de maio de 2012. Aos poucos, delegações de trabalhadores de vários estados do país foram chegando ao vão do Masp, no centro da capital que representa a economia capitalista na América Latina. Todas as caravanas vinham do encerramento do 1º Congresso Nacional da CSP-Conlutas, ocorrido entre os dias 27 e 30 de abril, em Sumaré (SP). Talvez uma parte dos presentes não tivesse se dado conta, mas ali estava surgindo um fato histórico.

Enquanto as centrais sindicais governistas (CUT, CTB, Força Sindical) faziam festas, patrocinadas por empresas e pelo governo, a Central Sindical e Popular - Conlutas organizava uma manifestação para defender os direitos dos trabalhadores diante dos ataques dos patrões e dos reflexos da crise econômica no Brasil.

Após um rápido ato político no local, os manifestantes seguiram em caminhada pela Av. Paulista até a igreja da Consolação, onde o protesto foi encerrado. Segundo estimativas da própria polícia, cerca de 3 mil pessoas participaram do 1º de maio da CSP-Conlutas. A imprensa chegou a falar em 4 mil.

Havia trabalhadores de diversas categorias e de quase todo o país. Operários da hidrelétrica de Belo Monte e do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), ambos em greve. Metalúrgicos de São José dos Campos, trabalhadores rurais de Brasiléia e Xapuri (AC), bancários do Rio Grande do Norte, professores de diversos estados, metroviários de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Servidores públicos federais, estaduais e municipais, operários da construção pesada de Suape (PE), estudantes, rodoviários de Fortaleza (CE), representações quilombolas de muitos estados, movimentos populares de São Paulo e do Pinheirinho (SJC), além de outras categorias e organizações que atuam na luta contra as opressões de mulheres, negros e homossexuais.

Mas, sem dúvida, a participação de delegações estrangeiras tornou o ato do 1º de maio da CSP-Conlutas muito mais amplo e emocionante. Estiveram presentes representantes de organizações de trabalhadores do Egito, França, Chile, Costa Rica, Inglaterra, Haiti, Paraguai, Espanha, África do Sul, Senegal, Argentina, Benin, Peru, México, Uruguai, Canadá e Alemanha. A manifestação com a presença de outros países provou que o sentimento unidade internacional entre os trabalhadores continua vivo. "Brasil, Europa, América Central. A classe operária é internacional!", cantavam todos durante a passeata.

Além de uma homenagem ao dia do trabalhador, o ato público da CSP-Conlutas colocou nas ruas as reivindicações de diversas categorias do país inteiro. Os operários de Belo Monte, do Comperj e de Suape, por exemplo, agitaram palavras de ordem em defesa de melhores salários e condições dignas de trabalho e mandaram um recado para a presidente Dilma, que é conivente com a exploração dos trabalhadores nas obras do PAC. "Ô Dilma, preste atenção! Greve operária é tsunami de peão!", gritavam os operários.

As péssimas condições da educação pública também foram denunciadas durante a caminhada. Bastante animados, os estudantes da Assembleia Nacional dos Estudantes - Livre (ANEL) fizeram os trabalhadores saírem do chão com um grito que criticava a política econômica do governo Dilma. "É ou não é piada de salão. Tem dinheiro pra banqueiro, mas não tem pra educação!". A professora Amanda Gurgel, uma das maiores defensoras da educação pública, não deixou por menos e aproveitou para denunciar a criminalização da luta dos trabalhadores. "Os bandidos que se escondem embaixo das togas e nos tribunais não tem moral para julgar ilegais as greves dos trabalhadores.", criticou Amanda.

José Maria de Almeida, da Secretaria Executiva da CSP-Conlutas, lembrou que o Brasil, embora ainda não sinta com força os efeitos da crise econômica, sofre com uma situação social de extrema desigualdade. “Temos que ver além da propaganda. É justiça social o que aconteceu no Pinheirinho? É justiça social as condições de trabalho dos operários das obras do PAC e Belo Monte? O que vemos é a maior degradação das condições de vida enquanto aumentam os lucros das grandes empresas e dos bancos”, denunciou ele.

O ato público do 1º de maio da CSP-Conlutas foi encerrado em frente à igreja da Consolação com a certeza de que uma nova central sindical e popular estava se fortalecendo para organizar a luta de todos os trabalhadores e oprimidos do Brasil. "CSP-Conlutas é pra lutar! É sindical, estudantil e popular!", entoavam todos.

Cerca de 3 mil trabalhadores participaram do ato da CSP-Conlutas

Manifestantes criticaram a criminalização da luta dos trabalhadores

Delegações estrangeiras estiveram presentes ao 1º de maio da CSP-Conlutas

Protesto contou com metalúrgicos de SJC e operários de Belo Monte e Suape

Concentração do ato ocorreu no vão do Masp, centro de São Paulo

Professora Amanda Gurgel participou e criticou a ilegalidade das greves dos trabalhadores

José Maria de Almeida criticou a injustiça social promovida pelo governo Dilma

1º de maio da CSP-Conlutas teve caminhada pela Av. Paulista

Diretores do Sinte/RN de Ceará-Mirim, Jean Lima e Ana Célia Siqueira participaram do ato ao lado da professora Amanda Gurgel

Nenhum comentário:

Postar um comentário