CÂMARA MUNICIPAL APROVA PROJETO
QUE MUNICIPALIZA A PREVIDÊNCIA
A Câmara
Municipal de Ceará-Mirim aprovou nesta quinta-feira (16) o projeto que trata da
previdência própria do município. Foram 10 votos a favor, 2 contra e 1
abstenção. Agora o projeto segue para a prefeitura e deve ser sancionado pelo
prefeito Antônio Peixoto (PR).
Uma vez sancionado,
os servidores passarão a contribuir com uma previdência administrada por um
conselho do município, o que acarretará em um aumento na contribuição, de cerca
de 8% para cerca de 11%. Enquanto isso, a prefeitura economizará em sua
contribuição para o INSS. Se hoje ela contribui com cerca de 22%, após a
municipalização esse valor cai para cerca de 13%.
Apesar da
prefeitura garantir que essa queda trará benefícios, já que a diferença seria
investida em nossa cidade, experiências anteriores nos mostram que esses investimentos
não ocorrem como deveriam. Somos contra o projeto no todo, porque entendemos
que não há vantagens para os servidores e o melhor exemplo disso está em
algumas cidades vizinhas, onde a municipalização já foi implementada.
Em São Gonçalo
do Amarante, o Instituto de Previdência Municipal (Imprev) funciona desde 2009
sem sede própria e com escassez de funcionários. Não há uma assessoria jurídica
regular e as dificuldades para se pedir afastamento ou pensão por morte só
aumentaram.
Por mais que a
prefeitura de Ceará-Mirim diga que o caso de São Gonçalo é específico e um
problema de administração pública, sabemos que estamos correndo os mesmos
riscos, já que o prefeito Antônio Peixoto (PR) segue a mesma política
partidária de Jaime Calado, prefeito de São Gonçalo, que também pertence ao PR.
Além disso, a
estranha pressa em votar esse projeto na câmara inviabilizou a mobilização
daqueles que deveriam ser os principais interessados na causa: os servidores.
Uma audiência pública com o prefeito foi convocada às pressas depois de muitas
cobranças e pressões dos movimentos sindicais, entre eles o Sindicato dos
Trabalhadores em Educação (Sinte), regional de Ceará-Mirim.Ou seja, não
houve tempo suficiente para discutir esse projeto com a sociedade e com os servidores.
Como se não bastasse, os vereadores ainda passaram por cima das regras da própria
Câmara Municipal, deixando de lado o parecer da Comissão de Orçamento e
Finanças, para poder aprovar a municipalização o mais rápido possível.
Por isso
convocamos você, servidor e cidadão, a se integrar à nossa luta. Participe da
paralisação desta quarta-feira (22) e compareça ao ato público na Escola
Estadual Ubaldo Bezerra.
ABAIXO, VEJA UM RELATO FEITO PELO
SINDSAÚDE SOBRE A SITUAÇÃO DA PREVIDÊNCIA EM SÃO GONÇALO:
Em 2009, foi criado em São Gonçalo do Amarante o Instituto de Previdência Municipal, o Imprev. Desde sua criação, o instituto acumula problemas, como a falta de estrutura física e funcionários. Não há sede própria. A parte administrativa funciona na Secretaria Municipal de Habitação e a parte de perícia médica funciona na Secretaria Municipal de Administração, de forma precária.
Quanto aos funcionários, no momento o instituto está sem assistente social. A assessoria jurídica funciona apenas há dois meses, com uma advogada provisória. Segundo Edson Martins de Melo, presidente do Imprev, desde 2011 não há uma assessoria jurídica regular.
A falta desses profissionais dificulta a concessão de benefícios como pensão por morte, que deveria ser prioridade. Já houve casos de pessoas que esperaram oito meses por uma solução.
A perícia médica também é alvo de várias reclamações dos servidores. Os peritos agem de forma arbitrária na concessão de benefícios. Há casos de pessoas que chegam com atestado de invalidez, mas que são vetadas e obrigadas a voltar ao trabalho mesmo doentes.
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