A GLOBO NÃO SE IMPORTA COM OS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO
Quando dizemos que a "Mídia é golpista" não estamos exagerando. Golpista é toda pessoa ou entidade que se esforça para instalar um sistema ou um poder que não é legítimo e que oprime uma classe ou grupo de pessoas. No caso da Rede Globo de Televisão, a emissora insiste em desqualificar a luta dos trabalhadores em educação para que toda a população fique contra nós. É o caso da reportagem do Jornal Nacional do dia 12, quinta-feira, que noticiou o fim da greve dos professores do Paraná sem entrevistar nenhum professor, merendeiro, vigia ou até mesmo algum membro do sindicato estadual.
Todo jornalista sabe que não existe reportagem ética, justa, sem ouvir todos os lados de um caso. Quando o jornalista faz uma matéria sobre um crime, ele precisa colher as falas das autoridades, da vítima, do acusado e de quem mais estiver envolvido. A Globo, maior empresa de comunicação do país, a quinta maior emissora de TV do mundo, parece que não tem jornalistas qualificados. Ou será má fé?
Na reportagem que foi ao ar, a repórter colheu as falas de estudantes, do diretor de uma escola e do governador do Paraná, Beto Richa (PSDB). Mas não falou com nenhum grevista. Por que?
Durante toda a reportagem, em nenhum momento a jornalista falou dos problemas que os professores enfrentaram pelo atraso dos salários e da falta da remuneração de férias. Em compensação, frisou que o ano letivo estava começando atrasado, que as férias serão curtas para os alunos, que mesmo com o fim da greve algumas escolas tiveram desfalque de merendeiros e de professores e ainda finalizou o vídeo com a fala do governador, com pose de homem benevolente, dizendo que os problemas nas escolas são pequenos e que cedeu a pressão dos grevistas, como se ele estivesse fazendo algo fantástico e não apenas cumprindo seu papel de gestor.
Não é de hoje que o jornalismo das grandes empresas de comunicação, seja a Globo, ou até mesmo as empresas de comunicação local, criminalizam os movimentos sociais. A todo momento eles querem passar a ideia de que fazemos greves ou protestos porque queremos, porque somos vagabundos, porque não nos importamos com os alunos ou com a Educação no país.
E nesse caso em específico da greve do Paraná, não é a toa que a Globo faça esse tipo de trabalho sujo, pois o movimento dos professores naquele estado assustou muita gente. Foram quase 30 dias de greve, mais de 20 mil professores e apoiadores da luta nas ruas, acabando por lotar um estádio de futebol. Quando a Globo ou qualquer outra empresa de comunicação faz esse tipo de reportagem o objetivo nada mais é que marginalizar o trabalhador em educação pública e inibir que nós façamos novas greves, com medo de não ter o apoio da população e da comunidade escolar.
Mas nós do Sinte/RN perguntamos: existe algum direito que nós conquistamos que não tenha sido por meio de muita luta? O lugar do professor é na sala de aula sim, mas se nós tivermos condições dignas de exercer nossas funções. Se os governantes, seja a presidenta Dilma (PT) ou os governadores e prefeitos, não cumprem o seu papel, por que nós é que somos criminosos, vândalos ou vagabundos?
Parabéns aos trabalhadores em educação do Paraná, que mostraram que a nossa luta não morreu, que só no grito é que se consegue a garantia de direitos. Quanto a essa empresa de comunicação, nós só podemos repetir a palavra de ordem que gritamos nas ruas em junho de 2013: "O povo não é bobo, abaixo a Rede Globo!"
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