quinta-feira, 4 de março de 2010

De braços cruzados

Trabalhadores da educação de Ceará-Mirim entram em greve

Na manhã desta quinta-feira (04), os trabalhadores da educação municipal de Ceará-Mirim/RN decidiram entrar em greve por tempo indeterminado. A assembleia que tomou a decisão ocorreu na Escola Estadual Ubaldo Bezerra de Melo e reuniu cerca de 100 pessoas, entre professores e funcionários das escolas do município. Após a assembleia, os trabalhadores seguiram em passeata até a prefeitura para tentar uma audiência com o prefeito Antônio Peixoto (PR). Uma comissão foi recebida, mas o prefeito não estava e a reunião não foi marcada.

De acordo com a direção do Sinte Regional de Ceará-Mirim, a greve é consequência da política de abandono e destruição da atual prefeitura. "O prefeito não recebe o sindicato para negociar. Não vem cumprindo o acordo assinado no final da greve do ano passado. Não presta contas dos recursos da educação, principalmente do FUNDEB e não atende as nossas reivindicações de melhores condições de trabalho e estudo nas escolas.", denuncia Zé Roberto, coordenador do Sinte.

Para se ter uma ideia da situação, o ano letivo começou em 1º de março e as escolas não possuíam as mínimas condições de funcionarem. A Escola Municipal Madalena Antunes Pereira, por exemplo, não tem carteiras suficientes para todos os alunos, funciona com apenas dois professores no turno da manhã, está sem merenda e cada sala de aula possui em média 50 alunos.

A situação precária atinge praticamente todas as escolas. Muitas funcionam em casas sem a menor infraestrutura para garantir um bom ambiente de trabalho e estudo. E o pior: algumas nem possuem. "Esse caos na educação pública só pode ser revertido com a luta dos trabalhadores de Ceará-Mirim juntamente com outras categorias em greve no Estado e nos municípios vizinhos.", garante Zé Roberto.

A pauta da greve aprovada pelos professores e funcionários exige da prefeitura uma política de reajuste salarial, concurso público, cumprimento do acordo de 2009, melhores condições de trabalho; refeitório, material escolar e fardamento para os estudantes, além de merenda garantida em todas as escolas e o cancelamento do Plano de Carreira que retira direitos dos professores.

Repressão

Ao final da assembleia, os trabalhadores fizeram uma passeata até a prefeitura para tentar uma audiência com o prefeito Antônio Peixoto. Momentos depois de chegarem ao prédio, os professores e funcionários foram surpreendidos por duas viaturas da polícia militar no local. Policiais armados com cassetetes fecharam a entrada da prefeitura, demonstrando claramente o tipo de diálogo que o prefeito pretende.

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