sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Nota aos servidores

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO X MERITOCRACIA

Passados três anos da implantação da Lei n° 1.550, que dispõe o Plano de Carreira e Remuneração dos Profissionais do Magistério da Educação Básica Pública de Ceará-Mirim, vem à tona o que questionávamos a respeito do processo de avaliação de desempenho.

Vários professores já procuraram o sindicato apresentando um leque de reclamações no tocante à forma como foi feita a avaliação, cujo resultado foi publicado no dia 15 de outubro do ano em curso. Uma professora relatou-nos que apresentou toda a documentação solicitada e, no entanto, foi reprovada. Segundo ela, a equipe da escola preencheu os campos necessários, mas faltou fazer a soma dos pontos e a diretora, que recentemente havia sido nomeada para o cargo, levou a documentação para casa, onde concluiu sozinha fazendo a soma. Quando o resultado saiu, a professora havia sido reprovada.

Desde o início da minuta desta lei apresentamo-nos contrários, pois não houve discussões com a categoria, que era a parte mais interessada no assunto. Para não dizer que somos irresponsáveis no que falamos, aconteceu a apresentação de um ponto apenas pela idealizadora do projeto, a professora Justina Iva, na Estação Cultural, que fez questão de frisar o ponto mais relevante do projeto, que segundo ela era a avaliação de desempenho. Em seu entendimento, esta avaliação traria melhoria no processo ensino-aprendizagem dos alunos, pois faria com que os professores buscassem a qualificação profissional. Não é o que vimos na prática. Fomos e somos contra esse modelo de avaliação de desempenho que avalia apenas um lado e tem, na verdade, como objetivo barrar a promoção do profissional. Tirou um direito que lhe era garantido, a mudança de letra, ou seja, a promoção horizontal.

Isso que os governos chamam de avaliação, nós classificamos de MERITOCRACIA,. Segundo o artigo “Meritocracia X Aprendizagem”, publicado na revista DESAFIOS NA EDUCAÇÃO, a palavra meritocracia provavelmente apareceu pela primeira vez no livro “Rise of the Meritocracy”, de Michael Young (1958). No livro, carregava ela um conteúdo negativo, pois a história tratava de uma sociedade futura na qual a posição social de uma pessoa era determinada pelo QI e esforço. Young utilizou a palavra mérito num sentido pejorativo, diferente do comum ou daquele usado pelos defensores da meritocracia. Para estes, mérito significa aproximadamente habilidade, inteligência e esforço.

Etimologicamente, o termo meritocracia vem do latim (meritu), mérito e do grego (cracia), poder, governo. É um sistema de governo ou outra forma de organização que considera o mérito (aptidão) a razão para se atingir determinada posição. Neste sentido, as posições hierárquicas são conquistadas, em tese, com base no merecimento.
Na acepção neoliberal, além de ser uma política é, também, uma ideologia. Além do que divide os trabalhadores em seu local de trabalho, uma vez que, uns julgam o trabalho dos outros, baseados em critérios que, apesar de parecerem objetivos, são na verdade, passíveis de interpretações subjetivas e daí serem utilizados como forma de punição e perseguição a alguém que não “reza na mesma cartilha”.

Portanto, entendemos que o modelo de avaliação utilizado pela prefeitura não atende ao nosso interesse e sim ao interesse do sistema, que exige que sejam implementadas políticas que barrem os direitos dos trabalhadores.Na verdade, se levarmos em conta as condições de trabalho e a desvalorização desses profissionais todos seriam APROVADOS e com louvor. Falando nisso, quem avalia o serviço prestado pelo prefeito, pela Secretária e sua equipe? Será que seriam aprovados? Como pode um gestor que nem é do quadro efetivo da educação avaliar os professores ou até mesmo que esteve ausente no ano anterior, avaliar o trabalho deste ano?

Por isso, estamos vivenciando, na prática, o que acabamos de ler acerca da meritocracia. Não podemos concordar que em nosso ambiente de trabalho ocorram divergências relativas a questões meritocráticas, pois nós trabalhadores precisamos estar unidos para lutar pelos nossos direitos.

Não podemos deixar que o prefeito Antônio Peixoto (PR), juntamente com a sua equipe retire o que nos é de direito. Exigimos a volta das promoções automáticas e a eleição para gestores de escolas já, para que o processo ensino/aprendizagem ocorra de forma democrática, onde a comunidade escolar seja atuante nas decisões que concerne à educação de nossos filhos.

Abaixo a avaliação de desempenho! Eleição para gestores de escolas já!




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