quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Deu na imprensa

Em creches e pré-escolas conveniadas, professores ganham menos que piso
Salas de aula lotadas, infraestrutura do prédio precária, professores com pouca formação acadêmica e com remuneração menor que o piso nacional da categoria. Esse é o cenário da educação infantil oferecida nas redes conveniadas às prefeituras, isto é, nas creches e pré-escolas de instituições privadas ou filantrópicas que se tornam parceiras do município com o intuito de complementar as vagas oferecidas no sistema público.
O retrato é fruto de uma pesquisa encomendada pela Fundação Victor Civita à Fundação Carlos Chagas que analisou 180 escolas públicas e conveniadas de seis capitais brasileiras de quatro regiões (os municípios são mantidos em sigilo e as conveniadas representam 27% da amostra).

Os dados do levantamento revelam que, nas cidades mapeadas, 72% dos professores das conveniadas recebem menos que o piso salarial nacional do magistério (R$ 1.451, em 2010) e 40% dos docentes e diretores dessas instituições completaram apenas o ensino médio - na rede direta, apenas 5% dos professores não concluíram o curso superior.
Além disso, a maioria dos docentes das entidades conveniadas não conta com horários de planejamento remunerados, não possuem incentivos previstos na carreira e raramente são liberados do trabalho para comparecer a eventos de formação.
Essa situação reflete, segundo Ana Benedita Brentano, educadora que atua como formadora de professores de educação infantil no Instituto Avisa Lá, o modelo de convênio que tem sido firmado de norte a sul do País para dar conta do aumento da demanda. São parcerias que, segundo ela, prezam pelo acompanhamento sistemático das questões financeiras, porém não contemplam, como deveriam, a questão pedagógica e tudo o que diz respeito a ela.
"Como a procura por vagas está cada vez maior, até mesmo nas pequenas cidades, a prática dos convênios aparece como uma solução rápida e, na maioria dos casos, se o acerto de contas estiver em dia, o contrato é mantido e renovado. Nada mais se fiscaliza", afirma.
Numa das cidades consideradas nesse levantamento, por exemplo, como os recursos repassados pela prefeitura eram insuficientes para manter as unidades, permitia-se que elas arrecadassem mensalidades dos pais, uma prática ilegal.

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