segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Cruzaram os braços

Trabalhadores da Educação de Pureza entram em greve

Reunidos em assembleia na tarde desta segunda-feira (30), cerca de 70 trabalhadores da educação do município de Pureza/RN decidiram cruzar os braços por tempo indeterminado. Entre os principais motivos para a deflagração da greve estão as péssimas condições das escolas e o descumprimento dos direitos da categoria, previstos no Plano de Cargos e Carreira. O sindicato da educação na cidade já enviou um ofício para a Prefeitura, solicitando uma audiência para a próxima sexta-feira. Há meses os trabalhadores tentam uma negociação com a prefeita Soraya Santana (PSDB), mas até o momento não houve sucesso. Após a aprovação da greve, professores e funcionários realizaram um ato público em frente à Câmara Municipal. A próxima assembleia está marcada para o dia 6 de setembro, às 14 horas, no Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Pureza.

"A categoria vem sofrendo com o descaso da educação e com o não cumprimento dos acordos estabelecidos com os servidores. A atualização das promoções horizontais e verticais ainda não foi feita, faltam profissionais nas escolas, o 1/3 de férias deste ano não foi pago aos funcionários, a Prefeitura não está liberando licença-prêmio para ninguém e não há eleição direta para diretor de escola, o que vem gerando muito assédio moral.", explicou José Roberto, diretor da Regional do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Ceará-Mirim (Sinte).

A falta de estrutura das escolas também é um problema enfrentado pelos profissionais e pela população do município. "Minha escola não tem nada. Não tem máquina de xerox, não tem merenda, não tem refeitório. Quando a gente consegue merendar, é só cuscuz. E ainda tem que comer no chão.", denunciou um aluno durante o ato público, que chamou a atenção dos que passavam pelas ruas.

Professora em Pureza e diretora do sindicato na cidade, Francisca Gomes destacou o desrespeito com a educação por parte da prefeita Soraya Santana. "O desrespeito da Prefeitura é muito grande. Nem atestado médico a prefeita aceita, e os trabalhadores são obrigados a levar falta e a sofrer descontos de salário quando ficam doentes. Mas a prefeita, que nem dá expediente no município, pode faltar sem problema nenhum.", afirmou a professora.

O sindicato e os trabalhadores disseram que estão dispostos a negociar, mas não irão mais aceitar promessas. "Agora chegou o momento de mostrar à prefeita Soraya que nós vamos buscar nossos objetivos. As escolas de Pureza estão um caos. Não há merenda, transporte para os alunos e condições de trabalho. Nem mesmo máquina de xerox existe nas escolas. É hora de mostrar para a Prefeitura que somos nós que fazemos a educação e merecemos respeito.", concluiu José Roberto.

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